COTAS RACIAIS PORQUE
SIM?
A democratização
através do acesso á informação, permite que seja formada uma opinião consciente
e solidificada em pressupostos teóricos condizentes e críticos da realidade
excludente que vivemos. Será demonstrada a importância das politicas de ação
afirmativa como mecanismo de inclusão social e racial, ajudando a construir
argumentos e pontos de vista que contribua para uma sociedade mais justa e
igualitária.
Para tanto primeiro é
importante salientar que ação afirmativa é um conjunto de ações privadas ou
públicas que tem como objetivo reparar os aspectos discriminatórios que impedem
o acesso de pessoas pertencentes a diversos grupos sociais às mais diferentes
oportunidades. Sendo assim uma forma de corrigir as desigualdades e a discriminação
raciais através de políticas públicas e não só com a falsa ideia de que todos
são iguais diante da lei, que infelizmente na prática isso não funciona, sendo,
portanto, consequência do longo processo de escravidão vivenciada pelos negros
no Brasil.
As
cotas raciais nas universidades surgem como medida temporária, para que o
governo trabalhe na melhoria do ensino público. Mas ao mesmo tempo, ela
torna-se inconstitucional, por ir contra a Constituição Federal de 1988 no artigo
5º, quando diz a respeito do princípio da igualdade: “Todos são iguais perante
a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
Pode-se
então questionar se não estaria havendo discriminação? A resposta talvez fosse
sim, porque a igualdade é para todos, mas em relação às cotas não acontece.
Estaria havendo uma separação, e com isso uma “facilidade”
no acesso à academia, essa medida faz pensar, de certa forma, na falta de
capacidade dessas pessoas, todavia, sabemos que todos tem competência e
precisam esforça-se para conseguirem almejar alguma coisa.
Entretanto, sabe-se
que os negros sempre foram alvo de adjetivos preconceituosos, sendo chamados de
sujo, feio, além de ser considerado pouco inteligente, o livro didático servia como
um divulgador desse vergonhoso preconceito, não valorizando a diversidade dos
estudantes brasileiros.
A imagem do homem
negro sempre foi de escravizado, passivo e “feliz”, nunca de ser atuante e
participante crítico de sua história. A história de luta é simplesmente apagada
e considerada desnecessária na construção de nossa sociedade. Entretanto, é
preciso mudança para que a vergonha de muitos, vire orgulho e seja capaz de
transformações socais concretas.
Contudo o preconceito
ainda é muito grande, e é inerente ao ser humano, assim como houve pessoas
racista no passado, tem no presente e consequentemente haverá no futuro,
acredita-se que não tem como acabar com o preconceito, mas podemos acabar com
pessoas preconceituosas no poder, pode-se trabalhar na base a questão do
respeito e igualdade a todos.
O racismo sempre
existiu em nossa sociedade e ainda persiste, apesar de que a maioria das
pessoas afirmar que não são racistas nem preconceituosas, porém são nas
atitudes, muitas vezes nas “brincadeiras” consideradas sutil ou cordial, que
surgem as consequências práticas graves e de auto custo social, fazendo do
Brasil o país mais desigual do mundo, comprovados pelas condições sociais da
população observadas no índice de Desenvolvimento Humano (IDH), analisando
vários setores da sociedade como saúde, emprego e educação, além da educação
superior.
Sendo, entretanto,
este último o que intensifica a importância da política de cotas raciais nas
universidades, bem como mecanismos de manutenção dos alunos cotistas, pensado
numa solução para acabar ou pelo menos diminuir as desigualdades entre as
pessoas negras e brancas, contudo, ainda existe a enorme polêmica causada pelo
debate sobre a criação e implementação de cotas raciais nas universidades
públicas do país.
Portanto, acredita-se
a inclusão de politicas públicas de ação afirmativa, tanto no debate público
como na pauta do governo, é uma conquista de segmentos do movimento negro que à
anos denunciam a desigualdade social e racial no brasil, nos mais diversos
setores da sociedade, pois nada mais justo de tratar de maneira diferenciada um
grupo que teve menos oportunidades, sendo assim uma tentativa de diminuir as desigualdades,
causadas por um governo que sempre os tratou de forma desigual ao longo dos
séculos e que não foi capaz de oferecer politicas públicas necessárias à sua
inclusão na sociedade no passado.
Por fim as cotas
raciais nas universidades públicas representam uma medida urgente e, ao mesmo
tempo temporária, passível de avaliação constante para seu aperfeiçoamento, e
que o estado precisa fazer valer essa medida que ajude verdadeiramente a
diminuir essa diferença histórica e cultural do nosso país. Juntamente a isso,
há de se entender que as ações afirmativas, como o sistema de cotas, devem
também possuir ações conjuntas, atacando o problema desde a sua raiz, pois
nenhum problema social foge da deficiência das estruturas de base, como
educação, distribuição de renda, falta de oportunidade, e outros.
Referência:
Cotas
raciais: por que sim? / uma publicação do Ibase. – 3.ed. – Rio de Janeiro : Ibase, 2008.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição
da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988.
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