INTRODUÇÃO
O presente trabalho
tem como objetivo fazer uma reflexão sobre a mídia e a cultura de massa e suas
implicações sociais e econômicas na atualidade, tendo por base o avanço
tecnológico que vem influenciando de maneira significativa a vida das pessoas.
Tira das camadas sociais
a percepção do atual cenário de mudança e a emergência de novos padrões de
mídia eletrônica de massa e pessoal divide a opinião dos especialistas em comunicação
quanto ao futuro da das comunicações na era da informação massiva e excessiva.
Há quem acredite que teremos uma sociedade democrática, onde todos serão
agentes receptores e produtores de informação.
Uma das
características mais marcantes do mundo atual é a influência dos meios de
comunicação de massa (mídia) na vida cotidiana. Por isso mesmo estamos
freqüentemente presenciando uma polêmica sobre os benefícios e os malefícios do
poder da mídia.
A partir do
desenvolvimento industrial no século XIX, os meios de comunicação de massa
(MCM) em todo o mundo entraram em um processo de desenvolvimento. Somente no
século XX é que as invenções como o rádio e a televisão tornaram-se as
principais mídias de massa do mundo, Porém, com o aparecimento da informática e
o avanço das novas tecnologias, sobretudo a internet, revolucionou o mundo das
comunicações e trouxe novos estilos de mídia para a sociedade contemporânea.
Em face das
incertezas sobre o que o futuro nos reserva, uma das conseqüências do atual
modelo adotado pela mídia de massa é a fusão de grandes empresas de
comunicação, o que se repete em todo o mundo, sob a justificativa da chamada
sinergia. Por mais absurdo que tal probabilidade represente para a democracia
mundial, estamos indo em direção ao previsto mais ainda desconhecido.
O que mais assusta,
porém, é que embora a tendência de monopólio se concretize a cada estudo
realizado no setor, o assunto vem sendo relegado a segundo plano no campo das
ciências políticas e sociais. Uma vez que o processo de globalização e a
convergência das mídias tornam a sociedade cada vez mais dependente da
comunicação midiática, não se pode, sob hipótese alguma, minimizar a
importância de sanções políticas no campo das comunicações, sob pena de ser ter
seriamente ameaçado o direito à liberdade de expressão no mundo.
A MÍDIA E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
A mídia tem sido responsável pelo fluxo
de informações em nossa sociedade, podendo influenciar sobremaneira a formação
da opinião pública, seja favorável ou desfavorável, em relação à pessoas,
grupos e organizações. Desta forma, nossas opiniões podem ser direcionadas,
ficando comprovada a idéia de que somos condicionados sobre o quê pensar, antes
e durante a formulação de nossas opiniões.
Para alguns, os primeiros meios de
comunicação de massa foram os livros (principalmente didáticos), que existem há
muito tempo. Mas, normalmente, a difusão da mídia se deu no século passado. Em
tal período não havia a idéia de que a difusão da informação da parte da mídia
deveria ocorrer em tempo real, mas que deveria haver um intervalo de tempo
limitado entre a emissão da mensagem e a sua recepção.
No curso do século XX, o desenvolvimento
e a expansão capilar dos meios de comunicação de massa seguiram o progresso
científico e tecnológico. De fato, os meios, além de serem meios para veicular
as informações, são também os objetos tecnológicos com os quais o usuário
interage.
Analisando o
contexto brasileiro, LIMA (2001) diz que “o novo padrão universal vem assumindo
no Brasil feições particulares” uma vez que possui como principais
características: 1) o inalterado domínio do setor das comunicações por grupos
familiares e/ou políticos; 2) a entrada das igrejas no setor das comunicações e
3) o fortalecimento da posição hegemônica da Globo. No contexto externo, Dizard
(2000) aborda o exemplo do empresário australiano naturalizado americano Rupert
Murdoch, diretor-geral da News Corporation, que, através de uma administração
“inteligente e ambiciosa”, conseguiu uma série de aquisições bem sucedidas de
empresas do ramo das comunicações, sendo o proprietário, atualmente, de um dos
maiores conglomerados de mídia do mundo.
O avanço da tecnologia permitiu a
reprodução em grande quantidade de materiais informativos a baixo custo. As
tecnologias de reprodução física, como a imprensa, a gravação de discos de
música e a reprodução de filmes seguiram a reprodução de livros, jornais e
filmes a baixo preço para um amplo público. Pela primeira vez, a televisão e a
rádio permitiram a reprodução eletrônica de informações.
Os meios eram (pelo menos na origem)
baseados na economia de reprodução linear: neste modelo, uma obra procura
render em modo proporcional ao número de cópias vendidas, enquanto ao crescer o
volume de produção, os custos unitários decrescem, aumentando a margem de
lucro. Grandes fortunas são devidas à indústria da mídia.
Se, inicialmente, o termo "meios de
comunicação de massa" se referia basicamente a jornais, rádio e
televisões, no final do século XX a internet também entrou fortemente no setor.
Para alguns, também os telefones celulares já podem ser considerados uma mídia.
Nos dias de hoje, aquele indivíduo que
não detém o poder em suas mãos, mas que, no entanto possui a capacidade de
discernir os fatos com inteligência e baseado em conhecimentos adquiridos não
apenas através dos meios de comunicação de massa, é capaz de evidenciar o elo
entre o mundo da informação e o poder.
No entanto, isto não implica na afirmação
de que todos os indivíduos integrantes de nossa sociedade possuem o poder de
“enxergar” esta evidência, uma vez que os meios de comunicação que possuem
maior controle sobre as massas, são os que recebem maior atenção por parte do
público receptor na hora de serem formuladas as idéias sobre os fatos que nos cercam.
A propaganda utiliza inúmeras formas de
pressão para neutralizar o senso crítico dos receptores e convencê-los a
qualquer coisa. O recurso mais utilizado é a organização de grandes concentrações
de massas. Nessas ocasiões, as marchas, as músicas e cânticos ampliados por
alto-falantes, as luzes, o lançamento de folhetos e papéis, enfim, tudo reflete
sobre os presentes. As pessoas acabam se envolvendo com tal intensidade que,
quase hipnotizados, tornam-se mais sugestionáveis às mensagens que recebem.
Através dos meios de comunicação,
bombardeia-se a sociedade com notícias sobre fatos suficientemente atrativos
para que os indivíduos tenham sua atenção desviada dos problemas econômicos e sociais.
Os veículos comunicativos fazem isso se baseando no fato de que as pessoas têm
um limite de percepção e atenção e que, saturadas por um certo número de informações
que apelam para as emoções e sentimentos, não lhes sobra espaço nem tempo para
receber outras idéias. Grandes torneios desportivos, crimes cometidos com
crueldade, têm sido constantemente abordados para envolver os receptores em sua
discussão e distraí-los das questões mais graves.
JORNAL
COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
Antes que o jornal impresso existisse, o
interesse pela notícia já era tão antigo quanto a linguagem escrita. Na antiga
Roma, o governo do imperador César fundara o Acta Diurna, uma maneira oficial
de noticiar os resultados das guerras, dos jogos, da igreja católica e das
atividades políticas.
Anos depois na era feudal, os
trovadores, que eram os poetas do mundo europeu,entre os séculos IX e XII
aproximadamente,também exerciam o papel de noticiadores de tudo o que
acontecia. A partir do Renascimento comercial e do surgimento de práticas
econômicas mercantilistas,há uma expansão na formação de Nações Estados na
Europa e de um intercâmbio econômico sedento por informação.
Em 1440, Gutemberg desenvolve a
imprensa, o que permite produzir e reproduzir volumes e impressos. A partir do
século XVII, surgem jornais semanários na Europa e com grande força na França
Alemanha.
Depois do Iluminismo e da Revolução francesa, surge uma nova visão intelectual de mundo e de formação de direitos do homem, que de alguma forma estrapola nos jornais. E após a Revolução Industrial é inventada as impressoras a vapor,possibilitando uma impressão de periódicos em grande escala e em menor tempo.Aos poucos a publicidade foi entrando no veículo jornal,ajudando a baixar o preço final do exemplar e fortalecendo o jornal como um veículo profissional e comercial.
Depois do Iluminismo e da Revolução francesa, surge uma nova visão intelectual de mundo e de formação de direitos do homem, que de alguma forma estrapola nos jornais. E após a Revolução Industrial é inventada as impressoras a vapor,possibilitando uma impressão de periódicos em grande escala e em menor tempo.Aos poucos a publicidade foi entrando no veículo jornal,ajudando a baixar o preço final do exemplar e fortalecendo o jornal como um veículo profissional e comercial.
TV
COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
Há inúmeras discussões sobre se a
televisão é um bem ou um mal. De um lado, coloca-se o seu caráter de democratização
da cultura, uma vez que é acessível a todos, indistintamente. De outro,
discute-se a sua função alienadora e de formação da opinião pública, e
manipuladora, por se aproveitar da natureza emocional, intuitiva e irreflexiva
da comunicação por imagens.
Na verdade, tanto um aspecto quanto
outro estão presentes. A TV, como meio de comunicação, não é boa nem má, apesar
de, por ser parte da indústria cultural, vir marcada pela ideologia da classe
dominante.
Os problemas, no entanto, começam a se
agravar a partir do momento em que o meio passa a ser usado. É sua utilização,
portanto, que deve ser analisada, utilização que se dá em uma determinada
sociedade, historicamente situada e composta por sujeitos com características
específicas.
A
telenovela
Agora que conhecemos um pouco o
funcionamento da TV como meio de comunicação de massa, vamos examinar um tipo
de produção televisiva de enorme sucesso junto ao público brasileiro e que tem
sido produto de exportação com grande aceitação não só na América Latina, Cuba
inclusive, mas também na Europa: a telenovela.
A novela, como forma literária, tem sua
origem nos romances de folhetim do século XIX, na França. Os jornais, a partir
de 1830, passaram a publicar capítulos de romances em suas edições diárias
para aumentar a vendagem. Assim, a fragmentação da narrativa é a estrutura
que define o folhetim. Com o passar do tempo, escritores importantes começaram
a escrever em fragmentos, direto para o folhetim. Já nessa época, podiam ser
divididos em três tipos; o folhetim romântico, o histórico e o social, que
discutia, de uma ótica um pouco mais realista, os problemas sociais da época.
Como gênero literário, a novela se
encaixa no melodrama, ou seja, é um drama sentimental, cujo enredo inverossímil
trata dos reveses sofridos pelos virtuosos nas mãos dos malvados. O melodrama
sempre tem final feliz, com o triunfo da virtude. Seus personagens são simples
e estereotipados, como o herói ou mocinho, a heroína que sofre, o vilão
implacável. Seu desenvolvimento não depende do crescimento interior dos personagens,
mas de incidentes sensacionais e da encenação espetacular.
Esse gênero torna-se bastante popular
na América Latina por ser capaz de expressar o modo de sentir do povo através
da divisão entre o Bem e o Mal (maniqueísmo), que, na verdade, reflete valores
éticos profundamente arraigados na população e dá continuidade ao maniqueísmo
cristão.
Assim, vemos que não só a fragmentação
do folhetim é adaptada à linguagem televisiva, como também o gênero escolhido
é adequado a um meio de comunicação de massa por ser sentimental, simples,
estereotipado e por reafirmar valores éticos de Bem e Mal, além de prestar-se
ao tratamento de espetáculo típico da TV. Portanto, nada mais óbvio que o
grande desenvolvimento da telenovela no Brasil.
RÁDIO
COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
As características da rádio como meio de
comunicação de massa fazem com que seja especialmente adequada para a
transmissão da informação, podendo esta ser considerada a sua função principal:
ela tem condições de transmitir a informação com mais rapidez do que qualquer
outro meio.
A rádio foi o primeiro dos meios de
comunicação de massa que deu imediatismo à notícia devido à possibilidade de
divulgar os fatos no exato momento em que ocorrem. Permitiu que o Homem se
sentisse participante de um mundo muito mais amplo do que aquele que estava ao
alcance dos seus órgãos sensoriais: mediante uma ampliação da capacidade de
ouvir, tornou-se possível saber o que está a acontecer em qualquer lugar do
mundo (Beltrão, 1968).
Entre os meios de comunicação de massa,
a rádio é o mais popular e o de maior alcance público, constituíndo-se, muitas
vezes, no único a levar a informação para populações de vastas regiões que
ainda hoje não têm acesso a outros meios, seja por motivos geográficos, económicos
ou culturais. "Este status foi alcançado por dois factores congregados: o
primeiro, de natureza fisico-psicológica - o facto de ter o Homem a capacidade
de captar e reter a mensagem falada e sonora simultaneamente com a execução de
outra actividade que não a especificamente receptiva; o outro, de natureza
tecnológica - a descoberta do transitor" (Beltão,1968 p:112,113).
Uma das grandes vantagens da rádio sob o
jornalismo impresso é que, além de informar, diverte. Além disso vence a
distância sem que o repórter necessite sair do próprio local do acontecimento
para transmitir notícias e está ao alcance de todos, inclusivé dos iletrados.
Dos restantes meios de comunicação de
massas, a rádio é o mais privilegiado devido às suas características
intrínsecas. Entre elas podemos destacar a linguagem oral, a mobilidade, o
baixo custo, o imediatismo e a instantaneidade, a sensorialidade, a autonomia e
a penetração (Lopes, s.d.).
No que se refere à linguagem convém
realçar que, na informação radiofónica, ela é simples e caracterizada pela
repetição de conceitos de modo a que o ouvinte possa assimilar a ideia que se
pretende comunicar. Eliminar o supérfluo para não desvirtuar o significado da
mensagem tornou-se um imperativo. Assim, a naturalidade de expressão prevalece
em detrimento das palavras confusas e das frases complicadas, isto para que o
ouvinte não se sinta forçado a esforços superiores à sua compreensão normal.
Numa emissão informativa todas as
mensagens devem estar condicionadas a um ritmo. A harmonia dá-a o locutor que
frequentemente utiliza separadores musicais ou ruídos com efeitos equivalentes
aos parágrafos. Todo esse mosaico permite uma variedade que corta a monotonia
da linguagem e, simultaneamente, retém a atenção do ouvinte (Meditsch,1999).
A rádio "fala" e, para receber
a mensagem, é somente necessário ouvir. Portanto, a rádio tem uma grande
vantagem sobre os veículos impressos: é que, entre o público radiofónico, pode
estar incluído a faixa da população analfabeta que no caso do jornalismo impresso
está eliminada à priori. Relativamente à televisão, o espectador também não
precisa saber ler, apesar de cada vez mais, o alfabeto ser utilizado para
veicular informações adicionais importantes que escapam ao iletrado,
nomeadamente o nome do entrevistado e o local do acontecimento.
Sendo menos complexa tecnicamente do que
a televisão, a rádio pode estar presente com mais facilidade no local dos
acontecimentos e transmitir as informações mais rapidamente do que a televisão.
No que se refere à penetração, em termos geográficos o rádio é o mais
abrangente dos meios, podendo chegar aos pontos mais remotos e ser de alcance
nacional ou mundial.
O
PERIGO DA CULTURA DE MASSA
Nas décadas de 1920 e 1930 começaram os
estudos que avaliam a cultura popular. O surgimento do cinema, do rádio, a
produção e o consumo em massa e todo o desenvolvimento tecnológico, provocaram
alguns fenômenos na sociedade e trouxe problemas consideráveis principalmente
na relação do homem com o seu Criador.
Junto com a imprensa popular, o rádio e
o cinema foram os primeiros meios de comunicação de massa tipicamente modernos
e estiveram ligados aos regimes totalitários para o uso de propaganda,
transmitindo a ideologia oficial do regime fascista porque permitiam o controle
centralizado e alcançavam vasta audiência.
Nestor Canclini fando sobre o uso da
mídia no regime de repressão política afirma: “A mídia se transformou até certo
ponto, na grande mediadora e, portanto, em substituta de outras interações
coletivas. A cultura urbana é reestruturada ao ceder o protagonismo do espaço
público às tecnologias eletrônicas. Como quase tudo na cidade
"acontece" porque a mídia o diz e como parece que ocorre como a mídia
quer, na qual o real é produzido pelas imagens geradas na mídia.”
Nesse contexto, a cultura de massa
funciona como uma das principais fontes de moral ineficaz. Se a igreja não
exerce o seu papel de esclarecimento e consciência popular, os indivíduos
tornam-se vulneráveis, manipulados e explorados pelos meios de comunicação e
pela cultura de massa. As convicções religiosas e o senso comum dão lugar ao
individualismo racional.
Dominic Strinati, em seu livro Cultura
Popular, entende que a teoria da sociedade de massa procura indicar o potencial
da propaganda dos meios de comunicação de massa usados pelas elites para
bajular, persuadir, manipular e explorar o povo de modo mais sistemático e
difuso. Os que controlam as instituições de poder adulam o gosto da massa para
controlá-la.
Entre os meios de comunicação de massa,
o que tem maior público é a televisão. Se olharmos o panorama das cidades de
qualquer tamanho, no centro ou na periferia, veremos uma quantidade
impressionante de antenas nos telhados.
Em preto-e-branco ou em cores, ela é
presença obrigatória em todos os lares. Representa informação e diversão
gratuitas. Gratuitas? Depois de comprado o aparelho, assim parece. Não precisamos
pagar entrada, nem taxa de uso. Só a conta de luz. Não precisamos sair de casa,
enfrentar a condução, o trânsito, a fila. Basta ligar o aparelho, ficar à vontade,
podendo até fazer outra coisa, enquanto assistimos à TV. Como ela conseguiu
conquistar todo esse espaço?
VALORES
E CRENÇAS
Por certo, a exposição de diferentes
formas e representações do social pela mídia acontece diante dos atores sociais
e num ambiente onde serão formulados os múltiplos entendimentos e significados
acerca do mundo. E é nesta seara que agem os sistemas simbólicos difundidos
pelos MCM, dando visibilidade a fatos sociais pré-selecionados e interferindo
no modo de como os sujeitos percebem o que está acontecendo ao seu redor em
situações que fogem do alcance dos seus olhos.
Sendo assim, há nos meios midiáticos
processos de elevada complexidade e que estão sendo alvo de investigações
científicas que tentam demonstrar uma possível separação entre o mundo que
contém os fatos do cotidiano e o mundo imaginário. Mas os elementos que
representam os dois mundos são sustentados por representações coletivas
baseadas em valores, comportamentos e modos de pensar da sociedade. Dessa
forma, os discursos produzidos e divulgados pelos meios de comunicação são
conseqüência de uma relação dialógica entre aquilo que a sociedade apresenta e
o que é revelado no interior da mídia, o que corrobora para a assertiva de que
há uma relação simbólica intimamente construída que satisfaz, de alguma forma,
a tese de que a mídia se apóia na realidade vivida pelos sujeitos para depois
recriá-la.
A partir dessa concepção relacional
entre a mídia e os fatos sociais, pode-se salientar que o papel dos meios de
comunicação vai além da simples narração fatídica. A reprodução social não
requer apenas a reprodução das condições materiais da vida social, mas também a
reprodução de valores e crenças socialmente partilhados que podem influenciar
as ações e as atitudes dos indivíduos.
DISPUTAS
DE PODER
Com a expansão prodigiosa das modernas
tecnologias da comunicação e do campo midiático, o alcance dessas reproduções
acontece de forma considerável, fazendo com que, a cada instante, os entes
sociais convivam cada vez mais com construções simbólicas organizadas e
difundidas pelos meios de comunicação de massa. É necessário ressaltar que
nesta seara em que ocorrem esses processos os mecanismos de apropriação do real
utilizados pela mídia são complexos e não escapam da interferência dos próprios
meios sobre os fatos sociais. Pois, como já foi dito anteriormente, trata-se do
estabelecimento de um diálogo, quase que tácito, onde são postas à mesa
relações que condicionam o modo como os sujeitos tomam ciência dos
acontecimentos, dos problemas sociais emergentes, da realidade circundante.
Portanto, a intervenção da mídia no
processo de reconstrução da realidade social não acontece de forma
transparente, perceptível aos olhos de um observador comum. É um processo
erigido e sustentado por tensões que proporcionam amplos desdobramentos no
curso da vida social.
Todo o esforço realizado pela mídia para
que suas construções simbólicas pareçam o verdadeiro reflexo do real é um
processo que envolve tensões sociais, conflitos internos e externos, uma relação
de poder com a participação dos diversos atores que dialogam com os meios de
comunicação e que vai resultar no material divulgado, mas não quer dizer que as
disputas se encerraram e que houve um vencedor. As disputas de poder são
constantes e a cada momento é evidenciado um parâmetro ideológico para que elas
ocorram e não se esgotem.
CONSIDERAÇOES
FINAIS
Como podemos verificar os meios de
comunicação de massa mais comuns, que são: Televisão, Rádio, jornal,
computadores e celulares.Todos eles têm como principal função informar, educar
e entreter de diferentes formas, com conteúdos selecionados e desenvolvidos
para seus determinados públicos.
Os meios de comunicação de massa podem
ser usados tanto para fornecer informações úteis e importantes para a população,
como para alienar, determinar um modo de pensar, induzindo certos
comportamentos e aquisição de certos produtos, por exemplo.Cabe aos órgãos
responsáveis fiscalizarem que tipo de informação esta sendo veículada por esses
meios, como ao receptor das informações ter criticidade para selecionar e
internalizar as informações que considerar úteis para si, denunciado os abusos
aos órgãos competentes.
Não podemos separar a Comunicação de
Massa da Indústria Cultural, já que por sua vez elas são dependentes uma da
outra, pelo fato de existirem diversos meios de comunicação que são capazes de
atingir através de uma mensagem um grande número de indivíduos. Essa indústria
é conseqüência de uma sociedade industrializada, muitas vezes alienada. que
aceita idéias e mensagens sem um pré-julgamento, entrando diretamente na “veia”
dos indivíduos não existindo nenhuma barreira, tornando assim uma sociedade de
consumo e global, sem restrições.
Estamos acostumados a receber
informações diariamente de tudo que se passa ao nosso redor e em todo mundo.
Assistimos notícias, anúncios, filmes, detalhes de atores e celebridades, e
assuntos gerais que ocupam o tempo e nos isolam da realidade. Toda essa
comunicação nos impõe um padrão de vida e felicidade a ser alcançado, com objetivos
e ideais muitas vezes impossíveis para todos, mas diante a televisão isso se
torna possível. A realidade dos telejornais é passada como algo distante e
irreal,enquanto as novelas emocionam o país como se fossem problemas reais que
afetam a todos ou seja esta inversão entre realidade e ficção é notável
principalmente nas novelas assim a novela passa por um relato do real, enquanto
o noticiário(que perdeu as referências temporais e espacias)torna-se irreal.A
prova disso são telespectadores que se comovem em demasia com a morte de uma
personagem,enquanto um desastre real em algum lugar do mundo passa por ouvintes
inertes e ínsensíveis ao fato. Assim os indivíduos abdicam de sua liberdade
pelos meios de comunicação e deixam-se ser controlados. Os principais responsáveis
são, o governo e classes sócio-econômicas dominantes, tanto financeiramente
como culturalmente, utilizando essas mIdias de modo a manipular a sociedade.
Por fim, espera-se que a sociedade aos
poucos demonstre seu desprezo pelas práticas que consideram reprováveis, pois
não há nada que possa ser dito sem que se tenha por trás uma opinião, um juízo
de valor. Portanto, os meios de comunicação nunca serão totalmente isentos ao
produzir a notícia. O que deve ser feito é promover, além da fundamental
importância que tem a disponibilidade de educação de qualidade a todos, é a
descentralização dos meios de comunicação, e fazer com que a população busque
cada vez mais o por quê de se acreditar naquilo que os meios de comunicação
querem que os indivíduos acreditem, para que só assim os indivíduos possam
realmente “enxergar”, desta vez com olhos desalienados, o verdadeiro campo de
informação que os cercam.
REFERÊNCIAS
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As tristes cópias do medíocre. In Editora Abril, Nova Escola. Janeiro/fevereiro de 2002, p. 12.
BUCCI, E.
O raciocínio e o entretenimento. In Editora Abril, Nova Escola. Março de 2002, p. 14.
CITELLI,
A.O. Educação e mudanças: novos modos de conhecer. In CITELLI, A.O. (coord.) Outras
linguagens na escola: publicidade, cinema e TV, rádio, jogos,
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GHILARDI,
M.I. Mídia, poder, educação e leitura. In BARZOTTO, V.H. e GHILARDI, M.I. (orgs.) Mídia,
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C.C. Presença dos meios de comunicação na escola: utilização pedagógica e
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J.M. de. Estímulos midiáticos aos hábitos de leitura. In BARZOTTO, V.H. e GHILARDI, M.I. (orgs.) Mídia,
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DIZARD,
Wilson. A Nova Mídia – a comunicação
de massa na era da informação. Tradução: Antonio Queiroga e Edmond Jorge. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar Editores. 2000.
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