quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A MÍDIA E AS COMUNICAÇÕES DE MASSA


INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma reflexão sobre a mídia e a cultura de massa e suas implicações sociais e econômicas na atualidade, tendo por base o avanço tecnológico que vem influenciando de maneira significativa a vida das pessoas.
Tira das camadas sociais a percepção do atual cenário de mudança e a emergência de novos padrões de mídia eletrônica de massa e pessoal divide a opinião dos especialistas em comunicação quanto ao futuro da das comunicações na era da informação massiva e excessiva. Há quem acredite que teremos uma sociedade democrática, onde todos serão agentes receptores e produtores de informação.
Uma das características mais marcantes do mundo atual é a influência dos meios de comunicação de massa (mídia) na vida cotidiana. Por isso mesmo estamos freqüentemente presenciando uma polêmica sobre os benefícios e os malefícios do poder da mídia.
A partir do desenvolvimento industrial no século XIX, os meios de comunicação de massa (MCM) em todo o mundo entraram em um processo de desenvolvimento. Somente no século XX é que as invenções como o rádio e a televisão tornaram-se as principais mídias de massa do mundo, Porém, com o aparecimento da informática e o avanço das novas tecnologias, sobretudo a internet, revolucionou o mundo das comunicações e trouxe novos estilos de mídia para a sociedade contemporânea.
Em face das incertezas sobre o que o futuro nos reserva, uma das conseqüências do atual modelo adotado pela mídia de massa é a fusão de grandes empresas de comunicação, o que se repete em todo o mundo, sob a justificativa da chamada sinergia. Por mais absurdo que tal probabilidade represente para a democracia mundial, estamos indo em direção ao previsto mais ainda desconhecido.
O que mais assusta, porém, é que embora a tendência de monopólio se concretize a cada estudo realizado no setor, o assunto vem sendo relegado a segundo plano no campo das ciências políticas e sociais. Uma vez que o processo de globalização e a convergência das mídias tornam a sociedade cada vez mais dependente da comunicação midiática, não se pode, sob hipótese alguma, minimizar a importância de sanções políticas no campo das comunicações, sob pena de ser ter seriamente ameaçado o direito à liberdade de expressão no mundo. 

A MÍDIA E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
A mídia tem sido responsável pelo fluxo de informações em nossa sociedade, podendo influenciar sobremaneira a formação da opinião pública, seja favorável ou desfavorável, em relação à pessoas, grupos e organizações. Desta forma, nossas opiniões podem ser direcionadas, ficando comprovada a idéia de que somos condicionados sobre o quê pensar, antes e durante a formulação de nossas opiniões.
Para alguns, os primeiros meios de comunicação de massa foram os livros (principalmente didáticos), que existem há muito tempo. Mas, normalmente, a difusão da mídia se deu no século passado. Em tal período não havia a idéia de que a difusão da informação da parte da mídia deveria ocorrer em tempo real, mas que deveria haver um intervalo de tempo limitado entre a emissão da mensagem e a sua recepção.
No curso do século XX, o desenvolvimento e a expansão capilar dos meios de comunicação de massa seguiram o progresso científico e tecnológico. De fato, os meios, além de serem meios para veicular as informações, são também os objetos tecnológicos com os quais o usuário interage.
Analisando o contexto brasileiro, LIMA (2001) diz que “o novo padrão universal vem assumindo no Brasil feições particulares” uma vez que possui como principais características: 1) o inalterado domínio do setor das comunicações por grupos familiares e/ou políticos; 2) a entrada das igrejas no setor das comunicações e 3) o fortalecimento da posição hegemônica da Globo. No contexto externo, Dizard (2000) aborda o exemplo do empresário australiano naturalizado americano Rupert Murdoch, diretor-geral da News Corporation, que, através de uma administração “inteligente e ambiciosa”, conseguiu uma série de aquisições bem sucedidas de empresas do ramo das comunicações, sendo o proprietário, atualmente, de um dos maiores conglomerados de mídia do mundo.
O avanço da tecnologia permitiu a reprodução em grande quantidade de materiais informativos a baixo custo. As tecnologias de reprodução física, como a imprensa, a gravação de discos de música e a reprodução de filmes seguiram a reprodução de livros, jornais e filmes a baixo preço para um amplo público. Pela primeira vez, a televisão e a rádio permitiram a reprodução eletrônica de informações.
Os meios eram (pelo menos na origem) baseados na economia de reprodução linear: neste modelo, uma obra procura render em modo proporcional ao número de cópias vendidas, enquanto ao crescer o volume de produção, os custos unitários decrescem, aumentando a margem de lucro. Grandes fortunas são devidas à indústria da mídia.
Se, inicialmente, o termo "meios de comunicação de massa" se referia basicamente a jornais, rádio e televisões, no final do século XX a internet também entrou fortemente no setor. Para alguns, também os telefones celulares já podem ser considerados uma mídia.
Nos dias de hoje, aquele indivíduo que não detém o poder em suas mãos, mas que, no entanto possui a capacidade de discernir os fatos com inteligência e baseado em conhecimentos adquiridos não apenas através dos meios de comunicação de massa, é capaz de evidenciar o elo entre o mundo da informação e o poder.
No entanto, isto não implica na afirmação de que todos os indivíduos integrantes de nossa sociedade possuem o poder de “enxergar” esta evidência, uma vez que os meios de comunicação que possuem maior controle sobre as massas, são os que recebem maior atenção por parte do público receptor na hora de serem formuladas as idéias sobre os fatos que nos cercam.
A propaganda utiliza inúmeras formas de pressão para neutralizar o senso crítico dos receptores e convencê-los a qualquer coisa. O recurso mais utilizado é a organização de grandes concentrações de massas. Nessas ocasiões, as marchas, as músicas e cânticos ampliados por alto-falantes, as luzes, o lançamento de folhetos e papéis, enfim, tudo reflete sobre os presentes. As pessoas acabam se envolvendo com tal intensidade que, quase hipnotizados, tornam-se mais sugestionáveis às mensagens que recebem.
Através dos meios de comunicação, bombardeia-se a sociedade com notícias sobre fatos suficientemente atrativos para que os indivíduos tenham sua atenção desviada dos problemas econômicos e sociais. Os veículos comunicativos fazem isso se baseando no fato de que as pessoas têm um limite de percepção e atenção e que, saturadas por um certo número de informações que apelam para as emoções e sentimentos, não lhes sobra espaço nem tempo para receber outras idéias. Grandes torneios desportivos, crimes cometidos com crueldade, têm sido constantemente abordados para envolver os receptores em sua discussão e distraí-los das questões mais graves.
JORNAL COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
Antes que o jornal impresso existisse, o interesse pela notícia já era tão antigo quanto a linguagem escrita. Na antiga Roma, o governo do imperador César fundara o Acta Diurna, uma maneira oficial de noticiar os resultados das guerras, dos jogos, da igreja católica e das atividades políticas.
Anos depois na era feudal, os trovadores, que eram os poetas do mundo europeu,entre os séculos IX e XII aproximadamente,também exerciam o papel de noticiadores de tudo o que acontecia. A partir do Renascimento comercial e do surgimento de práticas econômicas mercantilistas,há uma expansão na formação de Nações Estados na Europa e de um intercâmbio econômico sedento por informação.
Em 1440, Gutemberg desenvolve a imprensa, o que permite produzir e reproduzir volumes e impressos. A partir do século XVII, surgem jornais semanários na Europa e com grande força na França Alemanha.
Depois do Iluminismo e da Revolução francesa, surge uma nova visão intelectual de mundo e de formação de direitos do homem, que de alguma forma estrapola nos jornais. E após a Revolução Industrial é inventada as impressoras a vapor,possibilitando uma impressão de periódicos em grande escala e em menor tempo.Aos poucos a publicidade foi entrando no veículo jornal,ajudando a baixar o preço final do exemplar e fortalecendo o jornal como um veículo profissional e comercial.

TV COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
Há inúmeras discussões sobre se a televisão é um bem ou um mal. De um lado, coloca-se o seu caráter de demo­cratização da cultura, uma vez que é acessível a todos, indistintamente. De outro, discute-se a sua função alienadora e de formação da opinião públi­ca, e manipuladora, por se aproveitar da natureza emocional, intuitiva e irreflexiva da comunicação por imagens.
Na verdade, tanto um aspecto quan­to outro estão presentes. A TV, como meio de comunicação, não é boa nem má, apesar de, por ser parte da indús­tria cultural, vir marcada pela ideologia da classe dominante.
Os problemas, no entanto, começam a se agravar a partir do momento em que o meio passa a ser usado. É sua uti­lização, portanto, que deve ser analisa­da, utilização que se dá em uma deter­minada sociedade, historicamente si­tuada e composta por sujeitos com ca­racterísticas específicas.
A telenovela
Agora que conhecemos um pouco o funcionamento da TV como meio de co­municação de massa, vamos examinar um tipo de produção televisiva de enor­me sucesso junto ao público brasileiro e que tem sido produto de exportação com grande aceitação não só na Amé­rica Latina, Cuba inclusive, mas tam­bém na Europa: a telenovela.
A novela, como forma literária, tem sua origem nos romances de folhetim do século XIX, na França. Os jornais, a partir de 1830, passaram a publicar ca­pítulos de romances em suas edições diárias para aumentar a vendagem. As­sim, a fragmentação da narrativa é a es­trutura que define o folhetim. Com o passar do tempo, escritores importan­tes começaram a escrever em fragmen­tos, direto para o folhetim. Já nessa época, podiam ser divididos em três ti­pos; o folhetim romântico, o histórico e o social, que discutia, de uma ótica um pouco mais realista, os problemas sociais da época.
Como gênero literário, a novela se encaixa no melodrama, ou seja, é um drama sentimental, cujo enredo inve­rossímil trata dos reveses sofridos pe­los virtuosos nas mãos dos malvados. O melodrama sempre tem final feliz, com o triunfo da virtude. Seus perso­nagens são simples e estereotipados, como o herói ou mocinho, a heroína que sofre, o vilão implacável. Seu de­senvolvimento não depende do cresci­mento interior dos personagens, mas de incidentes sensacionais e da encena­ção espetacular.
Esse gênero torna-se bastante popu­lar na América Latina por ser capaz de expressar o modo de sentir do povo através da divisão entre o Bem e o Mal (maniqueísmo), que, na verdade, refle­te valores éticos profundamente arrai­gados na população e dá continuidade ao maniqueísmo cristão.
Assim, vemos que não só a fragmen­tação do folhetim é adaptada à lingua­gem televisiva, como também o gêne­ro escolhido é adequado a um meio de comunicação de massa por ser senti­mental, simples, estereotipado e por reafirmar valores éticos de Bem e Mal, além de prestar-se ao tratamento de es­petáculo típico da TV. Portanto, nada mais óbvio que o grande desenvolvi­mento da telenovela no Brasil.
RÁDIO COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
As características da rádio como meio de comunicação de massa fazem com que seja especialmente adequada para a transmissão da informação, podendo esta ser considerada a sua função principal: ela tem condições de transmitir a informação com mais rapidez do que qualquer outro meio.
A rádio foi o primeiro dos meios de comunicação de massa que deu imediatismo à notícia devido à possibilidade de divulgar os fatos no exato momento em que ocorrem. Permitiu que o Homem se sentisse participante de um mundo muito mais amplo do que aquele que estava ao alcance dos seus órgãos sensoriais: mediante uma ampliação da capacidade de ouvir, tornou-se possível saber o que está a acontecer em qualquer lugar do mundo (Beltrão, 1968).
Entre os meios de comunicação de massa, a rádio é o mais popular e o de maior alcance público, constituíndo-se, muitas vezes, no único a levar a informação para populações de vastas regiões que ainda hoje não têm acesso a outros meios, seja por motivos geográficos, económicos ou culturais. "Este status foi alcançado por dois factores congregados: o primeiro, de natureza fisico-psicológica - o facto de ter o Homem a capacidade de captar e reter a mensagem falada e sonora simultaneamente com a execução de outra actividade que não a especificamente receptiva; o outro, de natureza tecnológica - a descoberta do transitor" (Beltão,1968 p:112,113).
Uma das grandes vantagens da rádio sob o jornalismo impresso é que, além de informar, diverte. Além disso vence a distância sem que o repórter necessite sair do próprio local do acontecimento para transmitir notícias e está ao alcance de todos, inclusivé dos iletrados.
Dos restantes meios de comunicação de massas, a rádio é o mais privilegiado devido às suas características intrínsecas. Entre elas podemos destacar a linguagem oral, a mobilidade, o baixo custo, o imediatismo e a instantaneidade, a sensorialidade, a autonomia e a penetração (Lopes, s.d.).
No que se refere à linguagem convém realçar que, na informação radiofónica, ela é simples e caracterizada pela repetição de conceitos de modo a que o ouvinte possa assimilar a ideia que se pretende comunicar. Eliminar o supérfluo para não desvirtuar o significado da mensagem tornou-se um imperativo. Assim, a naturalidade de expressão prevalece em detrimento das palavras confusas e das frases complicadas, isto para que o ouvinte não se sinta forçado a esforços superiores à sua compreensão normal.
Numa emissão informativa todas as mensagens devem estar condicionadas a um ritmo. A harmonia dá-a o locutor que frequentemente utiliza separadores musicais ou ruídos com efeitos equivalentes aos parágrafos. Todo esse mosaico permite uma variedade que corta a monotonia da linguagem e, simultaneamente, retém a atenção do ouvinte (Meditsch,1999).
A rádio "fala" e, para receber a mensagem, é somente necessário ouvir. Portanto, a rádio tem uma grande vantagem sobre os veículos impressos: é que, entre o público radiofónico, pode estar incluído a faixa da população analfabeta que no caso do jornalismo impresso está eliminada à priori. Relativamente à televisão, o espectador também não precisa saber ler, apesar de cada vez mais, o alfabeto ser utilizado para veicular informações adicionais importantes que escapam ao iletrado, nomeadamente o nome do entrevistado e o local do acontecimento.
Sendo menos complexa tecnicamente do que a televisão, a rádio pode estar presente com mais facilidade no local dos acontecimentos e transmitir as informações mais rapidamente do que a televisão. No que se refere à penetração, em termos geográficos o rádio é o mais abrangente dos meios, podendo chegar aos pontos mais remotos e ser de alcance nacional ou mundial.
O PERIGO DA CULTURA DE MASSA
Nas décadas de 1920 e 1930 começaram os estudos que avaliam a cultura popular. O surgimento do cinema, do rádio, a produção e o consumo em massa e todo o desenvolvimento tecnológico, provocaram alguns fenômenos na sociedade e trouxe problemas consideráveis principalmente na relação do homem com o seu Criador.
Junto com a imprensa popular, o rádio e o cinema foram os primeiros meios de comunicação de massa tipicamente modernos e estiveram ligados aos regimes totalitários para o uso de propaganda, transmitindo a ideologia oficial do regime fascista porque permitiam o controle centralizado e alcançavam vasta audiência.
Nestor Canclini fando sobre o uso da mídia no regime de repressão política afirma: “A mídia se transformou até certo ponto, na grande mediadora e, portanto, em substituta de outras interações coletivas. A cultura urbana é reestruturada ao ceder o protagonismo do espaço público às tecnologias eletrônicas. Como quase tudo na cidade "acontece" porque a mídia o diz e como parece que ocorre como a mídia quer, na qual o real é produzido pelas imagens geradas na mídia.”
Nesse contexto, a cultura de massa funciona como uma das principais fontes de moral ineficaz. Se a igreja não exerce o seu papel de esclarecimento e consciência popular, os indivíduos tornam-se vulneráveis, manipulados e explorados pelos meios de comunicação e pela cultura de massa. As convicções religiosas e o senso comum dão lugar ao individualismo racional.
Dominic Strinati, em seu livro Cultura Popular, entende que a teoria da sociedade de massa procura indicar o potencial da propaganda dos meios de comunicação de massa usados pelas elites para bajular, persuadir, manipular e explorar o povo de modo mais sistemático e difuso. Os que controlam as instituições de poder adulam o gosto da massa para controlá-la.
Entre os meios de comunicação de massa, o que tem maior público é a te­levisão. Se olharmos o panorama das cidades de qualquer tamanho, no cen­tro ou na periferia, veremos uma quan­tidade impressionante de antenas nos telhados.
Em preto-e-branco ou em cores, ela é presença obrigatória em todos os la­res. Representa informação e diversão gratuitas. Gratuitas? Depois de compra­do o aparelho, assim parece. Não pre­cisamos pagar entrada, nem taxa de uso. Só a conta de luz. Não precisamos sair de casa, enfrentar a condução, o trânsito, a fila. Basta ligar o aparelho, ficar à vontade, podendo até fazer ou­tra coisa, enquanto assistimos à TV. Como ela conseguiu conquistar todo esse espaço?
VALORES E CRENÇAS
Por certo, a exposição de diferentes formas e representações do social pela mídia acontece diante dos atores sociais e num ambiente onde serão formulados os múltiplos entendimentos e significados acerca do mundo. E é nesta seara que agem os sistemas simbólicos difundidos pelos MCM, dando visibilidade a fatos sociais pré-selecionados e interferindo no modo de como os sujeitos percebem o que está acontecendo ao seu redor em situações que fogem do alcance dos seus olhos.
Sendo assim, há nos meios midiáticos processos de elevada complexidade e que estão sendo alvo de investigações científicas que tentam demonstrar uma possível separação entre o mundo que contém os fatos do cotidiano e o mundo imaginário. Mas os elementos que representam os dois mundos são sustentados por representações coletivas baseadas em valores, comportamentos e modos de pensar da sociedade. Dessa forma, os discursos produzidos e divulgados pelos meios de comunicação são conseqüência de uma relação dialógica entre aquilo que a sociedade apresenta e o que é revelado no interior da mídia, o que corrobora para a assertiva de que há uma relação simbólica intimamente construída que satisfaz, de alguma forma, a tese de que a mídia se apóia na realidade vivida pelos sujeitos para depois recriá-la.
A partir dessa concepção relacional entre a mídia e os fatos sociais, pode-se salientar que o papel dos meios de comunicação vai além da simples narração fatídica. A reprodução social não requer apenas a reprodução das condições materiais da vida social, mas também a reprodução de valores e crenças socialmente partilhados que podem influenciar as ações e as atitudes dos indivíduos.
DISPUTAS DE PODER
Com a expansão prodigiosa das modernas tecnologias da comunicação e do campo midiático, o alcance dessas reproduções acontece de forma considerável, fazendo com que, a cada instante, os entes sociais convivam cada vez mais com construções simbólicas organizadas e difundidas pelos meios de comunicação de massa. É necessário ressaltar que nesta seara em que ocorrem esses processos os mecanismos de apropriação do real utilizados pela mídia são complexos e não escapam da interferência dos próprios meios sobre os fatos sociais. Pois, como já foi dito anteriormente, trata-se do estabelecimento de um diálogo, quase que tácito, onde são postas à mesa relações que condicionam o modo como os sujeitos tomam ciência dos acontecimentos, dos problemas sociais emergentes, da realidade circundante.
Portanto, a intervenção da mídia no processo de reconstrução da realidade social não acontece de forma transparente, perceptível aos olhos de um observador comum. É um processo erigido e sustentado por tensões que proporcionam amplos desdobramentos no curso da vida social.
Todo o esforço realizado pela mídia para que suas construções simbólicas pareçam o verdadeiro reflexo do real é um processo que envolve tensões sociais, conflitos internos e externos, uma relação de poder com a participação dos diversos atores que dialogam com os meios de comunicação e que vai resultar no material divulgado, mas não quer dizer que as disputas se encerraram e que houve um vencedor. As disputas de poder são constantes e a cada momento é evidenciado um parâmetro ideológico para que elas ocorram e não se esgotem.
CONSIDERAÇOES FINAIS
Como podemos verificar os meios de comunicação de massa mais comuns, que são: Televisão, Rádio, jornal, computadores e celulares.Todos eles têm como principal função informar, educar e entreter de diferentes formas, com conteúdos selecionados e desenvolvidos para seus determinados públicos.
Os meios de comunicação de massa podem ser usados tanto para fornecer informações úteis e importantes para a população, como para alienar, determinar um modo de pensar, induzindo certos comportamentos e aquisição de certos produtos, por exemplo.Cabe aos órgãos responsáveis fiscalizarem que tipo de informação esta sendo veículada por esses meios, como ao receptor das informações ter criticidade para selecionar e internalizar as informações que considerar úteis para si, denunciado os abusos aos órgãos competentes.
Não podemos separar a Comunicação de Massa da Indústria Cultural, já que por sua vez elas são dependentes uma da outra, pelo fato de existirem diversos meios de comunicação que são capazes de atingir através de uma mensagem um grande número de indivíduos. Essa indústria é conseqüência de uma sociedade industrializada, muitas vezes alienada. que aceita idéias e mensagens sem um pré-julgamento, entrando diretamente na “veia” dos indivíduos não existindo nenhuma barreira, tornando assim uma sociedade de consumo e global, sem restrições.
Estamos acostumados a receber informações diariamente de tudo que se passa ao nosso redor e em todo mundo. Assistimos notícias, anúncios, filmes, detalhes de atores e celebridades, e assuntos gerais que ocupam o tempo e nos isolam da realidade. Toda essa comunicação nos impõe um padrão de vida e felicidade a ser alcançado, com objetivos e ideais muitas vezes impossíveis para todos, mas diante a televisão isso se torna possível. A realidade dos telejornais é passada como algo distante e irreal,enquanto as novelas emocionam o país como se fossem problemas reais que afetam a todos ou seja esta inversão entre realidade e ficção é notável principalmente nas novelas assim a novela passa por um relato do real, enquanto o noticiário(que perdeu as referências temporais e espacias)torna-se irreal.A prova disso são telespectadores que se comovem em demasia com a morte de uma personagem,enquanto um desastre real em algum lugar do mundo passa por ouvintes inertes e ínsensíveis ao fato. Assim os indivíduos abdicam de sua liberdade pelos meios de comunicação e deixam-se ser controlados. Os principais responsáveis são, o governo e classes sócio-econômicas dominantes, tanto financeiramente como culturalmente, utilizando essas mIdias de modo a manipular a sociedade.
Por fim, espera-se que a sociedade aos poucos demonstre seu desprezo pelas práticas que consideram reprováveis, pois não há nada que possa ser dito sem que se tenha por trás uma opinião, um juízo de valor. Portanto, os meios de comunicação nunca serão totalmente isentos ao produzir a notícia. O que deve ser feito é promover, além da fundamental importância que tem a disponibilidade de educação de qualidade a todos, é a descentralização dos meios de comunicação, e fazer com que a população busque cada vez mais o por quê de se acreditar naquilo que os meios de comunicação querem que os indivíduos acreditem, para que só assim os indivíduos possam realmente “enxergar”, desta vez com olhos desalienados, o verdadeiro campo de informação que os cercam.

 REFERÊNCIAS
BUCCI, E. As tristes cópias do medíocre. In Editora Abril, Nova Escola. Janeiro/fevereiro de 2002, p. 12.

BUCCI, E. O raciocínio e o entretenimento. In Editora Abril, Nova Escola. Março de 2002, p. 14.

CITELLI, A.O. Educação e mudanças: novos modos de conhecer. In CITELLI, A.O. (coord.) Outras linguagens na escola: publicidade, cinema e TV, rádio, jogos, informática. Coleção Aprender e ensinar com textos, v. 6, São Paulo: Cortez, 2000, p. 17-38.

GHILARDI, M.I. Mídia, poder, educação e leitura. In BARZOTTO, V.H. e GHILARDI, M.I. (orgs.) Mídia, educação e leitura. São Paulo: Anhembi-Morumbi/ALB, 1999, p. 103-112.

LUCKESI, C.C. Presença dos meios de comunicação na escola: utilização pedagógica e preparação para a cidadania. In KUNSCH, M.M. (org.) Comunicação e educação – caminhos cruzados. São Paulo: Loyola/ AEC do Brasil, 1986.

MELLO, J.M. de. Estímulos midiáticos aos hábitos de leitura. In BARZOTTO, V.H. e GHILARDI, M.I. (orgs.) Mídia, educação e leitura. São Paulo: Anhembi-Morumbi/ALB, 1999, p. 39-47.

DIZARD, Wilson. A Nova Mídia – a comunicação de massa na era da informação. Tradução: Antonio Queiroga e Edmond Jorge. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores. 2000.

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