segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


COTAS RACIAIS PORQUE SIM?
 A democratização através do acesso á informação, permite que seja formada uma opinião consciente e solidificada em pressupostos teóricos condizentes e críticos da realidade excludente que vivemos. Será demonstrada a importância das politicas de ação afirmativa como mecanismo de inclusão social e racial, ajudando a construir argumentos e pontos de vista que contribua para uma sociedade mais justa e igualitária.
Para tanto primeiro é importante salientar que ação afirmativa é um conjunto de ações privadas ou públicas que tem como objetivo reparar os aspectos discriminatórios que impedem o acesso de pessoas pertencentes a diversos grupos sociais às mais diferentes oportunidades. Sendo assim uma forma de corrigir as desigualdades e a discriminação raciais através de políticas públicas e não só com a falsa ideia de que todos são iguais diante da lei, que infelizmente na prática isso não funciona, sendo, portanto, consequência do longo processo de escravidão vivenciada pelos negros no Brasil.
As cotas raciais nas universidades surgem como medida temporária, para que o governo trabalhe na melhoria do ensino público. Mas ao mesmo tempo, ela torna-se inconstitucional, por ir contra a Constituição Federal de 1988 no artigo 5º, quando diz a respeito do princípio da igualdade: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
Pode-se então questionar se não estaria havendo discriminação? A resposta talvez fosse sim, porque a igualdade é para todos, mas em relação às cotas não acontece. Estaria havendo uma separação, e com isso uma “facilidade” no acesso à academia, essa medida faz pensar, de certa forma, na falta de capacidade dessas pessoas, todavia, sabemos que todos tem competência e precisam esforça-se para conseguirem almejar alguma coisa.
Entretanto, sabe-se que os negros sempre foram alvo de adjetivos preconceituosos, sendo chamados de sujo, feio, além de ser considerado pouco inteligente, o livro didático servia como um divulgador desse vergonhoso preconceito, não valorizando a diversidade dos estudantes brasileiros.
A imagem do homem negro sempre foi de escravizado, passivo e “feliz”, nunca de ser atuante e participante crítico de sua história. A história de luta é simplesmente apagada e considerada desnecessária na construção de nossa sociedade. Entretanto, é preciso mudança para que a vergonha de muitos, vire orgulho e seja capaz de transformações socais concretas.
Contudo o preconceito ainda é muito grande, e é inerente ao ser humano, assim como houve pessoas racista no passado, tem no presente e consequentemente haverá no futuro, acredita-se que não tem como acabar com o preconceito, mas podemos acabar com pessoas preconceituosas no poder, pode-se trabalhar na base a questão do respeito e igualdade a todos.
O racismo sempre existiu em nossa sociedade e ainda persiste, apesar de que a maioria das pessoas afirmar que não são racistas nem preconceituosas, porém são nas atitudes, muitas vezes nas “brincadeiras” consideradas sutil ou cordial, que surgem as consequências práticas graves e de auto custo social, fazendo do Brasil o país mais desigual do mundo, comprovados pelas condições sociais da população observadas no índice de Desenvolvimento Humano (IDH), analisando vários setores da sociedade como saúde, emprego e educação, além da educação superior.
Sendo, entretanto, este último o que intensifica a importância da política de cotas raciais nas universidades, bem como mecanismos de manutenção dos alunos cotistas, pensado numa solução para acabar ou pelo menos diminuir as desigualdades entre as pessoas negras e brancas, contudo, ainda existe a enorme polêmica causada pelo debate sobre a criação e implementação de cotas raciais nas universidades públicas do país.
Portanto, acredita-se a inclusão de politicas públicas de ação afirmativa, tanto no debate público como na pauta do governo, é uma conquista de segmentos do movimento negro que à anos denunciam a desigualdade social e racial no brasil, nos mais diversos setores da sociedade, pois nada mais justo de tratar de maneira diferenciada um grupo que teve menos oportunidades, sendo assim uma tentativa de diminuir as desigualdades, causadas por um governo que sempre os tratou de forma desigual ao longo dos séculos e que não foi capaz de oferecer politicas públicas necessárias à sua inclusão na sociedade no passado.
Por fim as cotas raciais nas universidades públicas representam uma medida urgente e, ao mesmo tempo temporária, passível de avaliação constante para seu aperfeiçoamento, e que o estado precisa fazer valer essa medida que ajude verdadeiramente a diminuir essa diferença histórica e cultural do nosso país. Juntamente a isso, há de se entender que as ações afirmativas, como o sistema de cotas, devem também possuir ações conjuntas, atacando o problema desde a sua raiz, pois nenhum problema social foge da deficiência das estruturas de base, como educação, distribuição de renda, falta de oportunidade, e outros.

Referência:
Cotas raciais: por que sim? / uma publicação do Ibase. – 3.ed. –  Rio de Janeiro : Ibase, 2008.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

História da Educação


GIRALDELLI, Jr. Paulo: História da Educação Brasileira. 2° Ed. São Paulo: Cortez, 2006.

*Vanessa da Costa Leite
*Acadêmica de Pedagogia da Universidade do Estado do Amapá

O MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA
O “Manifesto de 1932”29 foi redigido por Fernando de Azevedo e,  pesar de representar tendências diversas de pensamento como as do filósofo John Dewey e a do sociólogo francês Émile Durkheim (1858- 1917) entre outros  compunha uma autêntica e sistematizada concepção pedagógica, indo da filosofia da educação até formulações pedagógico-didáticas, passando pela política educacional. A “educação nova deveria ser pragmática”, na medida em que não deveria servir aos interesses de classes, mas, sim, aos “interesses do indivíduo”. Todavia, tal indivíduo não poderia ser o indivíduo na sua “autonomia isolada e estéril”, fruto da doutrina do “individualismo libertário” ligada à “concepção burguesa” alimentadora da “escola tradicional”. Se a nova educação serviria somente ao indivíduo, ela o faria fundada no “princípio da vinculação da escola com o meio social”, meio este que, na atualidade moderna, estaria colocando como ideais da educação a “solidariedade”, o “serviço social” e a “cooperação”.
QUEM ERAM OS SIGNATÁRIOS DO MANIFESTO DE 1932
Assinaram o “Manifesto” intelectuais que, no decorrer da década de trinta, assumiram posições teóricas comprometidas com as reflexões fascistas: Raul Briquet, professor de Clínica Obstétrica da Faculdade de Medicina de São Paulo, nos seus trabalhos de psicologia social não titubeou em classificar o típico “comportamento do revolucionário” como o de alguém que é “produto de conflitos emotivos infantis”. Todos foram, cada um com seu peso, teóricos importantes, tendo contribuído para o crescimento da literatura pedagógica nos anos vinte e trinta e, principalmente, no caso de alguns, contribuído especificamente para a divulgação do ideário do movimento da escola nova no âmbito da filosofia da educação, da política educacional e dos princípios pedagógico-didáticos. Todavia, a marca fundamental do “movimento renovador” foi disputada pelas três grandes figuras dos anos trinta no meio educacional: Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho.
“OS CARDEAIS DO MOVIMENTO RENOVADOR”
Todos foram, cada um com seu peso, teóricos importantes, tendo contribuído para o crescimento da literatura pedagógica nos anos vinte e trinta e, principalmente, no caso de alguns, contribuído especificamente para a divulgação do ideário do movimento da escola nova no âmbito da filosofia da educação, da política educacional e dos princípios pedagógico-didáticos. Todavia, a marca fundamental do “movimento renovador” foi disputada pelas três grandes figuras dos anos trinta no meio educacional: Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho.
AS PROPOSTAS PEDAGÓGICAS DOS ANOS TRINTA: O IDEÁRIO LIBERAL
Em educação, o ideário liberal foi uma vertente forte no período e, até os dias de hoje, permanece como uma formulação agradável, bastante sedutora, que motiva as pessoas a buscar educação e a legitimar as reivindicações pela expansão da rede escolar e pela qualidade do ensino. Mesmo quando o liberalismo40, enquanto doutrina política e social, caiu sob severa crítica, durante o final dos anos trinta, por conta de ataques de comunistas e fascistas41 aos regimes liberais democráticos, o ideário liberal no campo pedagógico não foi posto de lado. Tal ideário teve vários teóricos e defensores em cargos governamentais no âmbito federal, estadual e municipal. Suas diretrizes, de um modo geral, se fizeram obrigatórias nos discursos de personalidades de formação diversa. É claro que, nem sempre, tais discursos foram pronunciados com sinceridade. Francisco Campos, por exemplo, autor da Constituição do “Estado Novo” e militante de grupos autoritários, pró-integralistas,
IDEÁRIO CATÓLICO
A Igreja Católica combateu a filosofia do pragmatismo americano e os teóricos do movimento da escola nova no Brasil, principalmente nos que haviam incorporado alguma coisa das leituras que fizeram de John Dewey. Todavia, há bastante diferença entre o combate que os educadores católicos empreenderam contra o movimento da escola nova e a fúria da hierarquia católica contra as pedagogias libertárias da década de 1910, dos grupos seguidores de Ferrer e outras formas de pedagogias libertárias. Os ataques dos intelectuais católicos não atuaram às cegas. Alceu Amoroso Lima intuiu corretamente que combatia um ideário pedagógico forte, e que mais cedo ou mais tarde teria de compactuar com alguns de seus pressupostos, inclusive para somar forças contra o que eles, na época, diziam ser o inimigo principal: a “pedagogia proletária” (na linguagem dos católicos dos anos trinta). Daí que, entre 1930 e 1931, Alceu Amoroso Lima deixou um espaço de negociação que, logo mais, seria aproveitado no sentido da construção do escolanovismo católico.
IDEÁRIO INTEGRALISTA
Os ideários católicos e integralistas, apesar do conservadorismo, não podem ser confundidos. Aliás, âmbito da movimentação políticos católicos e integralistas não fundiu suas entidades exatamente por causa de divergências teóricas.  Igreja Católica utilizou da AIB (Ação Integralista Brasileira) para sua pregação anticomunista até mais ou menos 1937, quando optou por aconselhar os fiéis a “cerrar fileiras em torno dos governantes” — e não mais na AIB — na “cruzada contra o bolchevismo”. O problema da cultura foi tomado como uma questão fundamental. A cultura foi invocada pela “nada se poderá fazer de duradouro”. A cultura da inteligência e do espírito e não a simples aprendizagem mecânica de letras e algarismos é que lhe seria necessária para a formação do brasileiro. Daí a necessidade, segundo a Cartilha, de dar uma função educacional aos sindicatos. Na visão do integralismo que buscou a concretização do chamado Estado Corporativo, que se formaria pelos grupos naturais, como a família, as sociedades científicas, religiosas e artísticas e os sindicatos profissionais, com a exclusão dos partidos políticos porque eles seriam artificiais e fracionadores da nação
IDEÁRIO COMUNISTA
Darwin Hoernie conseguiu explorar pontos significativos sobre a reflexão educacional, da ótica dos comunistas pontos que se repetiram, nos anos setenta, em várias discussões entre marxistas revolucionários e não revolucionários no campo da educação brasileira. Entre as esquerdas (em nosso país e no Exterior) há um debate clássico a respeito de que as transformações devem ser atingidas por reformas ou por revolução. Este debate tem altos e baixos. Quando se pensa que ele se tornou completamente obsoleto, ele reaparece. A educação é, então, um eterno problema para o pensamento de esquerda. Pois, tomando o debate em termos formais, as esquerdas em geral não sabem o que fazer com a educação escolar enquanto está vigente o capitalismo que elas querem ou extinguir ou modificar. Depois da revolução o mesmo acontece, pois sendo o comunismo uma ditadura ele acaba por impor censuras ao projeto educacional que antes ele havia incentivado a ser “crítico”.
A EDUCAÇÃO NA CONSTITUINTE DE 1933-1934
A educação nacional deveria ser democrática humana e geral, leiga e gratuita. Por democrática o documento entendeu a educação destinada a oferecer a todos os brasileiros as mesmas oportunidades de ordem educacional limitadas tão somente pelas suas diferentes capacidades. Por humana o documento entendeu a educação destinada à formação integral do homem e do cidadão. E a educação deveria ser geral, leiga e gratuita para que não houvesse possibilidade de restrição ou diversificação entre os educando de ordem social, doutrinária, religiosa ou econômica. O documento apoiou-se, para a defesa de uma educação democrática, humana, geral, gratuita e leiga na consciência brasileira. O texto da ABE enfatizava: Ora, os princípios assentados no anteprojeto encontraram a sua justificativa, exatamente, nesse grande esforço de fugir às divisões e lutas de classes e de religião, para fundar, deste lado do Atlântico, uma nação livre, social e espiritualmente, e cujos filhos tenham, todos, oportunidades proporcionais às suas capacidades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a década de 1930 com a industrialização e urbanização do Brasil e a necessidade de formar mão de obra, não mais a braçal e sim a profissionalizante, dando oportunidade aqueles que queriam sair do trabalho do campo, passando a investir em na sua educação profissional. Vargas não estava desatento a tais mudanças e as implicações delas em relação a educação. Como chefe do governo provisório, em 3 de outubro de 1930 trouxe para o publico um plano para a “reconstrução nacional”. O “Manifesto de 1932”29 foi redigido por Fernando de Azevedo, Ostentando o significativo subtítulo “A reconstrução educacional do Brasil — ao povo e ao governo”, o texto iniciou dizendo que dentre todos os problemas nacionais nem mesmo os problemas econômicos poderiam “disputar a primazia” com o problema educacional. A marca fundamental do “movimento renovador” foi disputada pelas três grandes figuras dos anos trinta no meio educacional: Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho. O ideário liberal foi uma vertente forte no período e, até os dias de hoje, permanece como uma formulação agradável, bastante sedutora, que motiva as pessoas a buscar educação e a legitimar as reivindicações pela expansão da rede escolar e pela qualidade do ensino. O cardeal D. Leme, sabendo que a formação superior no Brasil não tinha uma tendência religiosa e tendo compreendido a importância da formação de intelectuais católicos capazes de uma militância social-político-pedagógica eficaz, incentivou uma série de iniciativas culturais, organizativas e políticas ligadas à Igreja. Os ideários católicos e integralistas, apesar do conservadorismo, não podem ser confundidos. Aliás, âmbito da movimentação políticos católicos e integralistas não fundiu suas entidades exatamente por causa de divergências teóricas.  Igreja Católica utilizou da AIB (Ação Integralista Brasileira) para sua pregação anticomunista até mais ou menos 1937, quando optou por aconselhar os fiéis a “cerrar fileiras em torno dos governantes” e não mais na AIB na “cruzada contra o bolchevismo”.

A MÍDIA E AS COMUNICAÇÕES DE MASSA


INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma reflexão sobre a mídia e a cultura de massa e suas implicações sociais e econômicas na atualidade, tendo por base o avanço tecnológico que vem influenciando de maneira significativa a vida das pessoas.
Tira das camadas sociais a percepção do atual cenário de mudança e a emergência de novos padrões de mídia eletrônica de massa e pessoal divide a opinião dos especialistas em comunicação quanto ao futuro da das comunicações na era da informação massiva e excessiva. Há quem acredite que teremos uma sociedade democrática, onde todos serão agentes receptores e produtores de informação.
Uma das características mais marcantes do mundo atual é a influência dos meios de comunicação de massa (mídia) na vida cotidiana. Por isso mesmo estamos freqüentemente presenciando uma polêmica sobre os benefícios e os malefícios do poder da mídia.
A partir do desenvolvimento industrial no século XIX, os meios de comunicação de massa (MCM) em todo o mundo entraram em um processo de desenvolvimento. Somente no século XX é que as invenções como o rádio e a televisão tornaram-se as principais mídias de massa do mundo, Porém, com o aparecimento da informática e o avanço das novas tecnologias, sobretudo a internet, revolucionou o mundo das comunicações e trouxe novos estilos de mídia para a sociedade contemporânea.
Em face das incertezas sobre o que o futuro nos reserva, uma das conseqüências do atual modelo adotado pela mídia de massa é a fusão de grandes empresas de comunicação, o que se repete em todo o mundo, sob a justificativa da chamada sinergia. Por mais absurdo que tal probabilidade represente para a democracia mundial, estamos indo em direção ao previsto mais ainda desconhecido.
O que mais assusta, porém, é que embora a tendência de monopólio se concretize a cada estudo realizado no setor, o assunto vem sendo relegado a segundo plano no campo das ciências políticas e sociais. Uma vez que o processo de globalização e a convergência das mídias tornam a sociedade cada vez mais dependente da comunicação midiática, não se pode, sob hipótese alguma, minimizar a importância de sanções políticas no campo das comunicações, sob pena de ser ter seriamente ameaçado o direito à liberdade de expressão no mundo. 

A MÍDIA E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
A mídia tem sido responsável pelo fluxo de informações em nossa sociedade, podendo influenciar sobremaneira a formação da opinião pública, seja favorável ou desfavorável, em relação à pessoas, grupos e organizações. Desta forma, nossas opiniões podem ser direcionadas, ficando comprovada a idéia de que somos condicionados sobre o quê pensar, antes e durante a formulação de nossas opiniões.
Para alguns, os primeiros meios de comunicação de massa foram os livros (principalmente didáticos), que existem há muito tempo. Mas, normalmente, a difusão da mídia se deu no século passado. Em tal período não havia a idéia de que a difusão da informação da parte da mídia deveria ocorrer em tempo real, mas que deveria haver um intervalo de tempo limitado entre a emissão da mensagem e a sua recepção.
No curso do século XX, o desenvolvimento e a expansão capilar dos meios de comunicação de massa seguiram o progresso científico e tecnológico. De fato, os meios, além de serem meios para veicular as informações, são também os objetos tecnológicos com os quais o usuário interage.
Analisando o contexto brasileiro, LIMA (2001) diz que “o novo padrão universal vem assumindo no Brasil feições particulares” uma vez que possui como principais características: 1) o inalterado domínio do setor das comunicações por grupos familiares e/ou políticos; 2) a entrada das igrejas no setor das comunicações e 3) o fortalecimento da posição hegemônica da Globo. No contexto externo, Dizard (2000) aborda o exemplo do empresário australiano naturalizado americano Rupert Murdoch, diretor-geral da News Corporation, que, através de uma administração “inteligente e ambiciosa”, conseguiu uma série de aquisições bem sucedidas de empresas do ramo das comunicações, sendo o proprietário, atualmente, de um dos maiores conglomerados de mídia do mundo.
O avanço da tecnologia permitiu a reprodução em grande quantidade de materiais informativos a baixo custo. As tecnologias de reprodução física, como a imprensa, a gravação de discos de música e a reprodução de filmes seguiram a reprodução de livros, jornais e filmes a baixo preço para um amplo público. Pela primeira vez, a televisão e a rádio permitiram a reprodução eletrônica de informações.
Os meios eram (pelo menos na origem) baseados na economia de reprodução linear: neste modelo, uma obra procura render em modo proporcional ao número de cópias vendidas, enquanto ao crescer o volume de produção, os custos unitários decrescem, aumentando a margem de lucro. Grandes fortunas são devidas à indústria da mídia.
Se, inicialmente, o termo "meios de comunicação de massa" se referia basicamente a jornais, rádio e televisões, no final do século XX a internet também entrou fortemente no setor. Para alguns, também os telefones celulares já podem ser considerados uma mídia.
Nos dias de hoje, aquele indivíduo que não detém o poder em suas mãos, mas que, no entanto possui a capacidade de discernir os fatos com inteligência e baseado em conhecimentos adquiridos não apenas através dos meios de comunicação de massa, é capaz de evidenciar o elo entre o mundo da informação e o poder.
No entanto, isto não implica na afirmação de que todos os indivíduos integrantes de nossa sociedade possuem o poder de “enxergar” esta evidência, uma vez que os meios de comunicação que possuem maior controle sobre as massas, são os que recebem maior atenção por parte do público receptor na hora de serem formuladas as idéias sobre os fatos que nos cercam.
A propaganda utiliza inúmeras formas de pressão para neutralizar o senso crítico dos receptores e convencê-los a qualquer coisa. O recurso mais utilizado é a organização de grandes concentrações de massas. Nessas ocasiões, as marchas, as músicas e cânticos ampliados por alto-falantes, as luzes, o lançamento de folhetos e papéis, enfim, tudo reflete sobre os presentes. As pessoas acabam se envolvendo com tal intensidade que, quase hipnotizados, tornam-se mais sugestionáveis às mensagens que recebem.
Através dos meios de comunicação, bombardeia-se a sociedade com notícias sobre fatos suficientemente atrativos para que os indivíduos tenham sua atenção desviada dos problemas econômicos e sociais. Os veículos comunicativos fazem isso se baseando no fato de que as pessoas têm um limite de percepção e atenção e que, saturadas por um certo número de informações que apelam para as emoções e sentimentos, não lhes sobra espaço nem tempo para receber outras idéias. Grandes torneios desportivos, crimes cometidos com crueldade, têm sido constantemente abordados para envolver os receptores em sua discussão e distraí-los das questões mais graves.
JORNAL COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
Antes que o jornal impresso existisse, o interesse pela notícia já era tão antigo quanto a linguagem escrita. Na antiga Roma, o governo do imperador César fundara o Acta Diurna, uma maneira oficial de noticiar os resultados das guerras, dos jogos, da igreja católica e das atividades políticas.
Anos depois na era feudal, os trovadores, que eram os poetas do mundo europeu,entre os séculos IX e XII aproximadamente,também exerciam o papel de noticiadores de tudo o que acontecia. A partir do Renascimento comercial e do surgimento de práticas econômicas mercantilistas,há uma expansão na formação de Nações Estados na Europa e de um intercâmbio econômico sedento por informação.
Em 1440, Gutemberg desenvolve a imprensa, o que permite produzir e reproduzir volumes e impressos. A partir do século XVII, surgem jornais semanários na Europa e com grande força na França Alemanha.
Depois do Iluminismo e da Revolução francesa, surge uma nova visão intelectual de mundo e de formação de direitos do homem, que de alguma forma estrapola nos jornais. E após a Revolução Industrial é inventada as impressoras a vapor,possibilitando uma impressão de periódicos em grande escala e em menor tempo.Aos poucos a publicidade foi entrando no veículo jornal,ajudando a baixar o preço final do exemplar e fortalecendo o jornal como um veículo profissional e comercial.

TV COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
Há inúmeras discussões sobre se a televisão é um bem ou um mal. De um lado, coloca-se o seu caráter de demo­cratização da cultura, uma vez que é acessível a todos, indistintamente. De outro, discute-se a sua função alienadora e de formação da opinião públi­ca, e manipuladora, por se aproveitar da natureza emocional, intuitiva e irreflexiva da comunicação por imagens.
Na verdade, tanto um aspecto quan­to outro estão presentes. A TV, como meio de comunicação, não é boa nem má, apesar de, por ser parte da indús­tria cultural, vir marcada pela ideologia da classe dominante.
Os problemas, no entanto, começam a se agravar a partir do momento em que o meio passa a ser usado. É sua uti­lização, portanto, que deve ser analisa­da, utilização que se dá em uma deter­minada sociedade, historicamente si­tuada e composta por sujeitos com ca­racterísticas específicas.
A telenovela
Agora que conhecemos um pouco o funcionamento da TV como meio de co­municação de massa, vamos examinar um tipo de produção televisiva de enor­me sucesso junto ao público brasileiro e que tem sido produto de exportação com grande aceitação não só na Amé­rica Latina, Cuba inclusive, mas tam­bém na Europa: a telenovela.
A novela, como forma literária, tem sua origem nos romances de folhetim do século XIX, na França. Os jornais, a partir de 1830, passaram a publicar ca­pítulos de romances em suas edições diárias para aumentar a vendagem. As­sim, a fragmentação da narrativa é a es­trutura que define o folhetim. Com o passar do tempo, escritores importan­tes começaram a escrever em fragmen­tos, direto para o folhetim. Já nessa época, podiam ser divididos em três ti­pos; o folhetim romântico, o histórico e o social, que discutia, de uma ótica um pouco mais realista, os problemas sociais da época.
Como gênero literário, a novela se encaixa no melodrama, ou seja, é um drama sentimental, cujo enredo inve­rossímil trata dos reveses sofridos pe­los virtuosos nas mãos dos malvados. O melodrama sempre tem final feliz, com o triunfo da virtude. Seus perso­nagens são simples e estereotipados, como o herói ou mocinho, a heroína que sofre, o vilão implacável. Seu de­senvolvimento não depende do cresci­mento interior dos personagens, mas de incidentes sensacionais e da encena­ção espetacular.
Esse gênero torna-se bastante popu­lar na América Latina por ser capaz de expressar o modo de sentir do povo através da divisão entre o Bem e o Mal (maniqueísmo), que, na verdade, refle­te valores éticos profundamente arrai­gados na população e dá continuidade ao maniqueísmo cristão.
Assim, vemos que não só a fragmen­tação do folhetim é adaptada à lingua­gem televisiva, como também o gêne­ro escolhido é adequado a um meio de comunicação de massa por ser senti­mental, simples, estereotipado e por reafirmar valores éticos de Bem e Mal, além de prestar-se ao tratamento de es­petáculo típico da TV. Portanto, nada mais óbvio que o grande desenvolvi­mento da telenovela no Brasil.
RÁDIO COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
As características da rádio como meio de comunicação de massa fazem com que seja especialmente adequada para a transmissão da informação, podendo esta ser considerada a sua função principal: ela tem condições de transmitir a informação com mais rapidez do que qualquer outro meio.
A rádio foi o primeiro dos meios de comunicação de massa que deu imediatismo à notícia devido à possibilidade de divulgar os fatos no exato momento em que ocorrem. Permitiu que o Homem se sentisse participante de um mundo muito mais amplo do que aquele que estava ao alcance dos seus órgãos sensoriais: mediante uma ampliação da capacidade de ouvir, tornou-se possível saber o que está a acontecer em qualquer lugar do mundo (Beltrão, 1968).
Entre os meios de comunicação de massa, a rádio é o mais popular e o de maior alcance público, constituíndo-se, muitas vezes, no único a levar a informação para populações de vastas regiões que ainda hoje não têm acesso a outros meios, seja por motivos geográficos, económicos ou culturais. "Este status foi alcançado por dois factores congregados: o primeiro, de natureza fisico-psicológica - o facto de ter o Homem a capacidade de captar e reter a mensagem falada e sonora simultaneamente com a execução de outra actividade que não a especificamente receptiva; o outro, de natureza tecnológica - a descoberta do transitor" (Beltão,1968 p:112,113).
Uma das grandes vantagens da rádio sob o jornalismo impresso é que, além de informar, diverte. Além disso vence a distância sem que o repórter necessite sair do próprio local do acontecimento para transmitir notícias e está ao alcance de todos, inclusivé dos iletrados.
Dos restantes meios de comunicação de massas, a rádio é o mais privilegiado devido às suas características intrínsecas. Entre elas podemos destacar a linguagem oral, a mobilidade, o baixo custo, o imediatismo e a instantaneidade, a sensorialidade, a autonomia e a penetração (Lopes, s.d.).
No que se refere à linguagem convém realçar que, na informação radiofónica, ela é simples e caracterizada pela repetição de conceitos de modo a que o ouvinte possa assimilar a ideia que se pretende comunicar. Eliminar o supérfluo para não desvirtuar o significado da mensagem tornou-se um imperativo. Assim, a naturalidade de expressão prevalece em detrimento das palavras confusas e das frases complicadas, isto para que o ouvinte não se sinta forçado a esforços superiores à sua compreensão normal.
Numa emissão informativa todas as mensagens devem estar condicionadas a um ritmo. A harmonia dá-a o locutor que frequentemente utiliza separadores musicais ou ruídos com efeitos equivalentes aos parágrafos. Todo esse mosaico permite uma variedade que corta a monotonia da linguagem e, simultaneamente, retém a atenção do ouvinte (Meditsch,1999).
A rádio "fala" e, para receber a mensagem, é somente necessário ouvir. Portanto, a rádio tem uma grande vantagem sobre os veículos impressos: é que, entre o público radiofónico, pode estar incluído a faixa da população analfabeta que no caso do jornalismo impresso está eliminada à priori. Relativamente à televisão, o espectador também não precisa saber ler, apesar de cada vez mais, o alfabeto ser utilizado para veicular informações adicionais importantes que escapam ao iletrado, nomeadamente o nome do entrevistado e o local do acontecimento.
Sendo menos complexa tecnicamente do que a televisão, a rádio pode estar presente com mais facilidade no local dos acontecimentos e transmitir as informações mais rapidamente do que a televisão. No que se refere à penetração, em termos geográficos o rádio é o mais abrangente dos meios, podendo chegar aos pontos mais remotos e ser de alcance nacional ou mundial.
O PERIGO DA CULTURA DE MASSA
Nas décadas de 1920 e 1930 começaram os estudos que avaliam a cultura popular. O surgimento do cinema, do rádio, a produção e o consumo em massa e todo o desenvolvimento tecnológico, provocaram alguns fenômenos na sociedade e trouxe problemas consideráveis principalmente na relação do homem com o seu Criador.
Junto com a imprensa popular, o rádio e o cinema foram os primeiros meios de comunicação de massa tipicamente modernos e estiveram ligados aos regimes totalitários para o uso de propaganda, transmitindo a ideologia oficial do regime fascista porque permitiam o controle centralizado e alcançavam vasta audiência.
Nestor Canclini fando sobre o uso da mídia no regime de repressão política afirma: “A mídia se transformou até certo ponto, na grande mediadora e, portanto, em substituta de outras interações coletivas. A cultura urbana é reestruturada ao ceder o protagonismo do espaço público às tecnologias eletrônicas. Como quase tudo na cidade "acontece" porque a mídia o diz e como parece que ocorre como a mídia quer, na qual o real é produzido pelas imagens geradas na mídia.”
Nesse contexto, a cultura de massa funciona como uma das principais fontes de moral ineficaz. Se a igreja não exerce o seu papel de esclarecimento e consciência popular, os indivíduos tornam-se vulneráveis, manipulados e explorados pelos meios de comunicação e pela cultura de massa. As convicções religiosas e o senso comum dão lugar ao individualismo racional.
Dominic Strinati, em seu livro Cultura Popular, entende que a teoria da sociedade de massa procura indicar o potencial da propaganda dos meios de comunicação de massa usados pelas elites para bajular, persuadir, manipular e explorar o povo de modo mais sistemático e difuso. Os que controlam as instituições de poder adulam o gosto da massa para controlá-la.
Entre os meios de comunicação de massa, o que tem maior público é a te­levisão. Se olharmos o panorama das cidades de qualquer tamanho, no cen­tro ou na periferia, veremos uma quan­tidade impressionante de antenas nos telhados.
Em preto-e-branco ou em cores, ela é presença obrigatória em todos os la­res. Representa informação e diversão gratuitas. Gratuitas? Depois de compra­do o aparelho, assim parece. Não pre­cisamos pagar entrada, nem taxa de uso. Só a conta de luz. Não precisamos sair de casa, enfrentar a condução, o trânsito, a fila. Basta ligar o aparelho, ficar à vontade, podendo até fazer ou­tra coisa, enquanto assistimos à TV. Como ela conseguiu conquistar todo esse espaço?
VALORES E CRENÇAS
Por certo, a exposição de diferentes formas e representações do social pela mídia acontece diante dos atores sociais e num ambiente onde serão formulados os múltiplos entendimentos e significados acerca do mundo. E é nesta seara que agem os sistemas simbólicos difundidos pelos MCM, dando visibilidade a fatos sociais pré-selecionados e interferindo no modo de como os sujeitos percebem o que está acontecendo ao seu redor em situações que fogem do alcance dos seus olhos.
Sendo assim, há nos meios midiáticos processos de elevada complexidade e que estão sendo alvo de investigações científicas que tentam demonstrar uma possível separação entre o mundo que contém os fatos do cotidiano e o mundo imaginário. Mas os elementos que representam os dois mundos são sustentados por representações coletivas baseadas em valores, comportamentos e modos de pensar da sociedade. Dessa forma, os discursos produzidos e divulgados pelos meios de comunicação são conseqüência de uma relação dialógica entre aquilo que a sociedade apresenta e o que é revelado no interior da mídia, o que corrobora para a assertiva de que há uma relação simbólica intimamente construída que satisfaz, de alguma forma, a tese de que a mídia se apóia na realidade vivida pelos sujeitos para depois recriá-la.
A partir dessa concepção relacional entre a mídia e os fatos sociais, pode-se salientar que o papel dos meios de comunicação vai além da simples narração fatídica. A reprodução social não requer apenas a reprodução das condições materiais da vida social, mas também a reprodução de valores e crenças socialmente partilhados que podem influenciar as ações e as atitudes dos indivíduos.
DISPUTAS DE PODER
Com a expansão prodigiosa das modernas tecnologias da comunicação e do campo midiático, o alcance dessas reproduções acontece de forma considerável, fazendo com que, a cada instante, os entes sociais convivam cada vez mais com construções simbólicas organizadas e difundidas pelos meios de comunicação de massa. É necessário ressaltar que nesta seara em que ocorrem esses processos os mecanismos de apropriação do real utilizados pela mídia são complexos e não escapam da interferência dos próprios meios sobre os fatos sociais. Pois, como já foi dito anteriormente, trata-se do estabelecimento de um diálogo, quase que tácito, onde são postas à mesa relações que condicionam o modo como os sujeitos tomam ciência dos acontecimentos, dos problemas sociais emergentes, da realidade circundante.
Portanto, a intervenção da mídia no processo de reconstrução da realidade social não acontece de forma transparente, perceptível aos olhos de um observador comum. É um processo erigido e sustentado por tensões que proporcionam amplos desdobramentos no curso da vida social.
Todo o esforço realizado pela mídia para que suas construções simbólicas pareçam o verdadeiro reflexo do real é um processo que envolve tensões sociais, conflitos internos e externos, uma relação de poder com a participação dos diversos atores que dialogam com os meios de comunicação e que vai resultar no material divulgado, mas não quer dizer que as disputas se encerraram e que houve um vencedor. As disputas de poder são constantes e a cada momento é evidenciado um parâmetro ideológico para que elas ocorram e não se esgotem.
CONSIDERAÇOES FINAIS
Como podemos verificar os meios de comunicação de massa mais comuns, que são: Televisão, Rádio, jornal, computadores e celulares.Todos eles têm como principal função informar, educar e entreter de diferentes formas, com conteúdos selecionados e desenvolvidos para seus determinados públicos.
Os meios de comunicação de massa podem ser usados tanto para fornecer informações úteis e importantes para a população, como para alienar, determinar um modo de pensar, induzindo certos comportamentos e aquisição de certos produtos, por exemplo.Cabe aos órgãos responsáveis fiscalizarem que tipo de informação esta sendo veículada por esses meios, como ao receptor das informações ter criticidade para selecionar e internalizar as informações que considerar úteis para si, denunciado os abusos aos órgãos competentes.
Não podemos separar a Comunicação de Massa da Indústria Cultural, já que por sua vez elas são dependentes uma da outra, pelo fato de existirem diversos meios de comunicação que são capazes de atingir através de uma mensagem um grande número de indivíduos. Essa indústria é conseqüência de uma sociedade industrializada, muitas vezes alienada. que aceita idéias e mensagens sem um pré-julgamento, entrando diretamente na “veia” dos indivíduos não existindo nenhuma barreira, tornando assim uma sociedade de consumo e global, sem restrições.
Estamos acostumados a receber informações diariamente de tudo que se passa ao nosso redor e em todo mundo. Assistimos notícias, anúncios, filmes, detalhes de atores e celebridades, e assuntos gerais que ocupam o tempo e nos isolam da realidade. Toda essa comunicação nos impõe um padrão de vida e felicidade a ser alcançado, com objetivos e ideais muitas vezes impossíveis para todos, mas diante a televisão isso se torna possível. A realidade dos telejornais é passada como algo distante e irreal,enquanto as novelas emocionam o país como se fossem problemas reais que afetam a todos ou seja esta inversão entre realidade e ficção é notável principalmente nas novelas assim a novela passa por um relato do real, enquanto o noticiário(que perdeu as referências temporais e espacias)torna-se irreal.A prova disso são telespectadores que se comovem em demasia com a morte de uma personagem,enquanto um desastre real em algum lugar do mundo passa por ouvintes inertes e ínsensíveis ao fato. Assim os indivíduos abdicam de sua liberdade pelos meios de comunicação e deixam-se ser controlados. Os principais responsáveis são, o governo e classes sócio-econômicas dominantes, tanto financeiramente como culturalmente, utilizando essas mIdias de modo a manipular a sociedade.
Por fim, espera-se que a sociedade aos poucos demonstre seu desprezo pelas práticas que consideram reprováveis, pois não há nada que possa ser dito sem que se tenha por trás uma opinião, um juízo de valor. Portanto, os meios de comunicação nunca serão totalmente isentos ao produzir a notícia. O que deve ser feito é promover, além da fundamental importância que tem a disponibilidade de educação de qualidade a todos, é a descentralização dos meios de comunicação, e fazer com que a população busque cada vez mais o por quê de se acreditar naquilo que os meios de comunicação querem que os indivíduos acreditem, para que só assim os indivíduos possam realmente “enxergar”, desta vez com olhos desalienados, o verdadeiro campo de informação que os cercam.

 REFERÊNCIAS
BUCCI, E. As tristes cópias do medíocre. In Editora Abril, Nova Escola. Janeiro/fevereiro de 2002, p. 12.

BUCCI, E. O raciocínio e o entretenimento. In Editora Abril, Nova Escola. Março de 2002, p. 14.

CITELLI, A.O. Educação e mudanças: novos modos de conhecer. In CITELLI, A.O. (coord.) Outras linguagens na escola: publicidade, cinema e TV, rádio, jogos, informática. Coleção Aprender e ensinar com textos, v. 6, São Paulo: Cortez, 2000, p. 17-38.

GHILARDI, M.I. Mídia, poder, educação e leitura. In BARZOTTO, V.H. e GHILARDI, M.I. (orgs.) Mídia, educação e leitura. São Paulo: Anhembi-Morumbi/ALB, 1999, p. 103-112.

LUCKESI, C.C. Presença dos meios de comunicação na escola: utilização pedagógica e preparação para a cidadania. In KUNSCH, M.M. (org.) Comunicação e educação – caminhos cruzados. São Paulo: Loyola/ AEC do Brasil, 1986.

MELLO, J.M. de. Estímulos midiáticos aos hábitos de leitura. In BARZOTTO, V.H. e GHILARDI, M.I. (orgs.) Mídia, educação e leitura. São Paulo: Anhembi-Morumbi/ALB, 1999, p. 39-47.

DIZARD, Wilson. A Nova Mídia – a comunicação de massa na era da informação. Tradução: Antonio Queiroga e Edmond Jorge. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores. 2000.

Educação Infantil


Formação docente da educação infantil: Espaço complexo e multirreferencial

CAMPOS, Gleisy Vieira; LIMA, Lilian (org.).Por dentro da Educação Infantil: a criança em foco. Wak Editora, Rio de Janeiro, 2010.
Resenhado por: Vanessa da Costa Leite


Para o autor Elson Lemos, pesquisador e professor assistente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Mestre em educação pela Universidade Federal da Bahia, em seu artigo Formação docente da educação infantil: Espaço complexo e multirreferencial, do livro Por dentro da Educação Infantil: a criança em foco de organização Gleisy Campos, a educação é um processo pelo qual construímos conhecimento a partir das inúmeras situações problemas que são geradas no ambiente de aprendizagem, onde por meio de um processo dialético, influenciam e são influenciados e estabelecem relações entre si, ajustando, integrando e modificando a sociedade que está inserido.
Ou seja, a educação ocorre no processo ensino-aprendizagem, onde professor e alunos constroem juntos conhecimentos, através do dialogo nas relações sociais, no convívio entre si, resolvendo problemas cotidianos, o educador mostrando assim para o educando o poder de através de atitudes transformar sua realidade.
Vale ressaltar que em relação ao o papel do educador na educação infantil, ao longo dos tempos, sofreu e tem sofrido várias modificações, assim, seu objetivo nesse trabalho é analisar de forma clara essas mudanças e relacioná-las neste processo enquanto espaço complexo e multirreferencial.
É importante salientar que essas mudanças não ocorreram não só com esse profissional, mais também em relação à atenção que é dada a infância nos últimos anos, verifica-se que a educação se desperta para a importância da educação infantil, onde se torna inaceitável hoje iniciar a aprendizagem formal de uma criança pelo ensino fundamental, pulando a educação infantil, isso é o mesmo que construir uma casa sem a consistência de um bom alicerce. É preciso, pois, lutar pela educação infantil e pela qualidade da formação do educador da educação infantil, priorizando esta etapa de fundamental importância na educação de cidadãos ativos e participativos em nosso contexto social.
Analisa-se a formação do docente da educação infantil que ganha singularidade na medida em que implicará ocupar lugar de reconstrução dos saberes profissionais, subjetivando-o e apontando para as potencialidades transformadoras, agregando como elemento irredutível a inseparabilidade entre o processo formativo e auto-formativo. O docente tem o compromisso não só de forma-se em um curso superior, mas de estar em auto formação continuamente na sua praxi pedagógica
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), promulgada em 20 de dezembro de 1996, considera a educação infantil como “primeira etapa da educação básica” (artigo 29). No seu artigo 62, ela impõe a necessidade de “curso normal superior”, concluído em instituto superior de educação, como formação mínima obrigatória para o exercício do magistério na área de educação infantil. Pode-se perceber que a formação do educador da educação infantil não se torna menos importante do que os outros níveis de educação, sendo, portanto, obrigatório a formação superior desse profissional, que não o torna menos relevante na formação de nossas crianças e de nossos futuros cidadãos. A esse respeito Izabel Sadalla Grispino em Prática Pedagógica (Estruturando pedagogicamente a escola), 2004 nos diz:
Descobriu-se que a educação infantil tem papel fundamental no desenvolvimento do comportamento social. Ela é vista não só como alicerce do desenvolvimento cognitivo, mas como alicerce da formação da personalidade, do caráter, da religiosidade. Formar a criança é prevenir o futuro. Dar-lhe valores morais, éticos, é preparar um futuro de paz, sem violência, formar uma sociedade melhor estruturada. Ademais, a criança, segundo recentes estudos, é o agente transformador da sociedade mais eficaz que se tem. O que ela aprende na escola leva à sua família, à sua comunidade, à sua cultura. A criança é um educador social de importância. ( GRISPINO,2004.)
É imprescindível a compreensão que o educador deve sempre relacionar os seus conhecimentos com sua prática pedagógica, avaliando constantemente, sua práxis pedagógica, onde teoria e prática sempre devem caminhar no objetivo de um fazer pedagógico compromissado com a qualidade da educação, onde o professor da educação infantil tem seus conhecimentos construídos de acordo com o desenvolvimento de sua prática educacional.
A prática educacional vai muito além de transmitir conhecimentos, o educador ensina com afetividade, ouve, toca, estende a mão, compreender que ser professor da educação infantil é muito além de cuidar de crianças que não raramente pronunciam poucas palavras, ele simplesmente entende que o processo ensino aprendizagem é uma via de mão dupla, onde muitas vezes mais se aprende do que se ensina.
De acordo com Lemos pode-se afirmar que o saber do docente da educação infantil constitui um saber compartilhado em rede, em uma composição de interações, aliada a uma crescente confiança e comprometimento, de inspiração solidária em um ambiente de construção sistematizada do conhecimento na medida em que vai experienciando paulatinamente vivências significativas para sua ação docente.
Assim, mediante a proposta de Lemos é de suma importância apostar na formação do profissional da educação infantil, no que se refere as suas potencialidades auto formadoras, uma vez, que esse mesmo sujeito inserido em um determinado contexto possui a capacidade subjetiva de objetivar sua realidade e assim geri-la no intuito de tornar-se ator social e peça primordial de tal contexto.
 Entende-se, portanto, que as experiências dos docentes da educação infantil são de suma importância e a transferência desses saberes auxilia na constituição de novas formas de atuação do futuro professor, o compartilhamento de experiências entre estes profissionais só tem a contribuir com a educação de nossas crianças
O pesquisador nos faz compreender um fato curioso no processo de ser professor da educação infantil é que o professor assim nunca está pronto, porém nunca esteve fora do seu alcance a capacidade de educar. Ou seja, nunca está pronto porque sua formação é, e sempre será um processo continuo, entretanto, todos temos a capacidade de educar de acordo com nossos saberes implícitos em nossas vivências em sociedade.
Lemos nos coloca em uma reflexão quando diz que uma hora o professor não está pronto e, portanto, precisa forma-se para se dar por concluído, ora já é pronto com capacidade de atuar e para isso não há necessidade de formação. Sendo assim, sempre estará ao alcance de todos o ato de educar, entretanto compreender o processo educacional dentro de suas complexidades, somente através de uma formação mais fundamentada com a pratica pedagógica.
Como docente de Estágio na Educação infantil, Lemos nos leva a tentar compreender como se dar a introdução dos alunos do curso de pedagogia no contexto educacional para a construção de saberes relacionados à ação docente, ou seja, precisa estar inserido nesse contexto para que ocorra a construção e compreensão dos seus saberes singularmente construídos na prática educacional.
Quando se falar de prática pedagógica é preciso fazer uma reflexão sobre currículo, pois esse sendo de complexidade singular exige um olhar mais aprofundado, que através de seu desvelamento, esclarece as relações de poder, que este nos apresenta, assim como a reprodução, a resistência e a solidariedade fazem parte desse mesmo processo.
O currículo não pode ser analisado de forma reducionista que o ver apenas como programa ou grade curricular. É preciso abrir o leque de entendimento para analisar aspectos que influenciam toda concepção e construção dos sujeitos envolvidos no processo educativo. Mas, além dessa visão, acreditamos que a escola não é reprodutora por excelência, isso depende de quem dela faz parte.
Pode-se dizer que a escola é também produtora de conhecimento, toda essa diferença será favorecida a partir da atuação do professor, membro ativo desse processo.  É através da sua prática em sala de aula, onde o currículo oficial se transforma em currículo real, que o professor coloca o aluno mais próximo da verdade.
Sobre isso, afirma Paulo Freire em a importância do ato de ler (1999), que na medida em que compreendemos a educação, de um lado reproduzindo a ideologia dominante, mas, do outro lado, proporcionando, independentemente da intenção de quem tem o poder, a negação daquela ideologia ou seu desvelamento pela confrontação entre ela e a realidade, como de fato ela está sendo, não como o discurso oficial diz que ela é, realidade vivida pelos educandos e pelos educadores, percebemos a inviabilidade de uma educação neutra.
Além disso, em relação às questões curriculares, segundo Lemos, a formação do educador na educação infantil passa a ser entendida enquanto processo que não se solidifica no interior de um grupo tampouco dentro de um curso. Esta formação deverá acontecer de maneira que os elementos teóricos e práticos estejam articulados e consubstancie o entendimento que este processo é contínuo e que não é para concluir um determinado curso e não se concretizará apenas pela participação ativa no cotidiano da educação.
Paulo Freire afirma que a cultura do homem consiste em recriar e não em repetir, pois o ser humano não é um ser de adaptação. O homem esta em constante mutação, à medida que ele interage com ambiente em que vive esta sempre analisando suas condutas, assimilando, descartando ou acrescentando saberes no seu cotidiano. Assim sendo, a mudança é algo que está sempre presente em nossa vida, o que não implica que muitas vezes resistimos a essas mudanças. Deste ponto de vista podemos dizer que de acordo com ações que o homem exerce sobre o mundo, ele pode ser levado a repetir e recriar.
Por isso, a inclusão do aluno-estagiário do curso de pedagogia em instituições de educação infantil dar a entender que a condição necessária para que este possa experienciar a realidade para o qual está sendo preparado, através de práxis inovadoras e transformadoras, nesse sentido, o estágio curricular pressupõe atividades pedagógicas efetivadas em um ambiente institucional de trabalho, através dos saberes tácito.
Assim, os saberes tácitos construídos pelo aluno do curso de pedagogia, quando inseridos no contexto da educação infantil, constitui elemento de grande relevância para a formação docente dando instrumentos fundamentais ao aluno-estagiário para o futuro/presente exercício da profissão, que deverá está preparado para atuar diante do inédito, do inusitado e, para tanto, se aposta nos fluxos das ideias, no potencial criativo e no aprender a pensar.
É necessário enfim, que o aluno-estagiário esteja envolvido nesse processo, atuando tanto na observação como na prática do processo educacional nas instituições de ensino infantil, vivenciando todos os momentos tão necessários para a qualidade de sua formação profissional e a construção dos saberes tácitos. Portanto, os conhecimentos tácitos, adquiridos ao longo da vida, devem ser espontâneos e singulares, objetivando a construção do saber do processo de formação do acadêmico, esse conhecimento deve ser repassado de forma critica, pois o público (infantil) é diferenciado.
A ação do docente da educação infantil é uma atividade notavelmente prático-poética. Poética faz referência a poiésis, termo grego que faz referencia a criação, a autentica criação; criação essa vista como inseparável da alteridade, da auto alteração, marcando assim sua presença diante do inédito e do inusitado. Sobretudo, a relação educador-educando deve ser desenvolvida dentro de uma pedagogia dialógico-dialético, privilegiando a “ação criadora”, onde o educador alia-se ao educando em sua atividade prática educativa, para que o processo de ensino aprendizagem se relacione de maneira que todos possam ensinar e aprender.   
De acordo com Lemos, as atividades práticas-poéticas são atividades que não apresentam na sua gênese desejo de saber nem um ingênuo e simples emprego do saber, é uma tentativa de reduzir a realidade à lei e formas específicas dedicadas a casos individuais, em forma de receituário universal. O educador deve ser capaz de colocar-se diante do desafio e não encontrar solução, porém encontrar caminho para essa descoberta que, por sinal, pode até mesmo não existir.
Portanto, torna-se conveniente relacionar o texto em questão com algumas teses do pensamento complexo Paulo Freire (1995) que nos descreve que muitos têm sido os pensamentos em torno deste ou daquele desafio que me instiga, desta ou daquela dúvida que me inquieta, mas também me devolve à incerteza, único lugar de onde é possível trabalhar de novo necessárias certezas provisórias.
Pode-se dizer, portanto, que a educação sempre voltará ao início e teremos a chance para o recomeço de uma nova história mais solidificada e comprometida com a construção do saber.Cabe ao educador, o papel de organizar o processo de aquisição de cada cultura facilitando a integração, respeitando à individualidade de cada criança, primando pela pluralidade de pensamentos que surgiram no contexto escolar, buscando sempre construir e aprender um novo saber.